A companhia aérea Azul confirmou neste domingo, 16, que está em processo de negociação com arrendadores de aeronaves para otimizar a estrutura de capital da empresa. No entanto, destacou que ainda não há acordo firmado.
De acordo com a empresa, os termos da negociação ainda podem ser alterados.
“Dado que, no momento, as negociações seguem em andamento e não há documento vinculante firmado, os termos e condições de uma eventual reestruturação ainda estão sujeitos a discussão e definição pelas partes envolvidas”, diz a empresa, em Fato Relevante.
A companhia destaca que, da mesma forma, as negociações não excluem ou limitam outras discussões e modelos para otimização da estrutura de capital da Azul.
A Azul tem debatido com arrendadoras de aeronaves uma conversão de US$ 600 milhões de dívidas em ações — medida que pode aliviar a estrutura de capital da empresa de forma significativa.
O acordo para essa conversão foi estabelecido no ano passado, mas, conforme divulgado pelo Broadcast na última quinta-feira, 12, o plano original de conversão gradativa ao longo de três anos foi alterado para ocorrer em uma única operação.
As conversas envolvem quatro grandes empresas de leasing de aeronaves — AirCap, Falko, Avolon e Nordic — e, com o novo plano, os credores devem passar a controlar uma fatia maior da companhia, ligeiramente superior aos 20% inicialmente acordados.
Essa renegociação é vista como crucial para que a Azul consiga avançar em outra frente: a de captar cerca de US$ 800 milhões junto a detentores de títulos internacionais. Para isso, a companhia estuda usar a divisão de logística Azul Cargo como garantia para a operação.
Azul passa por momento delicado na bolsa
Na última sexta-feira, 13, as ações da companhia deram trégua nas baixas e performaram entre as maiores altas do Ibovespa. Os papéis fecharam em alta de 22%.
Apesar disso, o cenário no ano continua desfavorável para a companhia. As ações da Azul acumulam queda de 66% em 2023, sendo mais de 40% desse recuo registrado desde agosto.
A empresa enfrenta pressões de investidores, que acompanham de perto as iniciativas para reestruturação de dívidas e cessão de prejuízos.
Em meio a rumores de que poderia pedir recuperação judicial nos Estados Unidos, a Azul reforçou estar em negociação direta com os credores para afastar tais especulações.
No mês passado, a companhia negou planos de recorrer ao processo na Justiça e revelou uma proposta de conversão de dívida em ações, inicialmente prevista para ser quitada ao longo de três anos, como uma solução para enfrentar o atual cenário.