As condições meteorológicas enfrentadas pelo avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP), na última sexta-feira, 9, foram descritas como “caóticas” por Humberto Barbosa, meteorologista do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
A aeronave se deparou com um sistema frontal de turbulência, formado por nuvens do tipo cirrocumulus, em temperaturas entre -45ºC e -60ºC. Ao jornal O Globo, Barbosa explicou que a água supercongelada presente nessas condições pode ter aderido ao avião e se transformado em gelo, afetando sua aerodinâmica.
“Na condição de supercongelamento, no qual a água segue líquida, mas muito gelada em razão das temperaturas extremamente baixas, possivelmente teve maior aderência à aeronave e se tornou gelo”, explicou.
A fumaça na atmosfera, devido à presença de aerossóis, também pode ter contribuído para a queda ao tornar a água ainda mais fria e líquida, aumentando o peso do avião.
O voo, que partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto de Guarulhos (SP), iniciou sua trajetória de queda pouco antes de 13h25, resultando na morte de quatro tripulantes e 58 passageiros.
O Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo informou, na manhã desta quarta-feira, 14, que 52 corpos foram identificados entre os destroços. Até o momento, 27 restos mortais foram liberados para os familiares. A maioria das vítimas era do Paraná, incluindo três venezuelanos e uma mulher com cidadania portuguesa.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) declarou que o processo de comunicação aos familiares para as devidas liberações começou às 8h30. Mais de 40 profissionais, incluindo médicos, odontologistas-legais, antropólogos e radiologistas, estão envolvidos na identificação das vítimas.
Peritos da Aeronáutica começam a analisar motores de avião que caiu em Vinhedo (SP)
Peritos da Aeronáutica começam a analisar os motores do avião bimotor da companhia aérea Voepass que caiu na última sexta-feira, 9, em Vinhedo. Até a manhã da terça-feira 13, o Instituto Médico-Legal de São Paulo identificou 42 dos 62 mortos no acidente aéreo. Todas as vítimas passaram por exames. A causa da morte foi politraumatismo.
O reconhecimento dos corpos ainda não tem prazo para terminar. As declarações de óbito de 15 vítimas já foram entregues aos familiares.
Entre os identificados estão o piloto, Danielo Santos Romano, a fisiculturista Daniela Schultz Fodra e o policial Hiales Carpine Fodra.
O avião transportava 58 passageiros e quatro tripulantes. Nenhum sobreviveu. A aeronave caiu no Condomínio Recanto Florido, no bairro Capela, Vinhedo.