O veterano observador espacial Felix Schöfbänker, baseado no estado austríaco de Alta Áustria, flagrou nesta semana o misterioso avião espacial chinês pairando pela órbita terrestre.
A aeronave, que foi lançada em 14 de dezembro do ano passado pelo Long March 2F, está circulando pelo planeta pela terceira vez.
E, segundo observou Schöfbänker, o veículo recentemente baixou a sua posição na órbita para cerca de 350 quilômetros acima da Terra.
Para quem não se lembra, o foguete Long March 2F foi responsável pelo terceiro lançamento realizado em 2023 pela China.
À época, a Agência de Notícias Xinhua, controlada pelo próprio governo chinês, chegou a informar que o avião espacial a bordo do Long March teria sido usado para conduzir experimentos científicos, bem como suporte técnico para uso pacífico do espaço – embora detalhes oficiais não tenham sido divulgados.
Avião espacial chinês flagrado por Schöfbänker
O telescópio utilizado por Schöfbänker para a captura de imagens do avião espacial chinês não é qualquer equipamento.
Equipado com um espelho de 14 polegadas e diversos gadgets acoplados, o aparelho foi aprimorado para ter a capacidade de acompanhar satélites de maneira automática, mantendo o objeto “monitorado” sempre no centro do campo de visão.
“Eu consigo essas imagens ao gravar um vídeo durante o sobrevoo e depois ‘empilhando’ e aprimorando os melhores quadros”, explicou Schöfbänker ao Space.com.
As imagens não são muito nítidas, mas é possível perceber duas “hastes” as quais, ressalta o especialista, não estão disponíveis em imagens anteriormente renderizadas e divulgadas online.
“Não tenho certeza se [as hastes] são painéis solares ou algum outro recurso, como uma antena ou algo do tipo”, afirmou ele na mesma entrevista ao site Space.com.
Ainda de acordo com Schöfbänker, o avião espacial chinês aparenta ter cerca de 10 metros de comprimento, tornando o equipamento mais longo que o Boeing X-37B.
Esse avião espacial, por sua vez, é operado pela Força Espacial dos EUA e também foi lançado em dezembro de 2023, em uma missão secreta.
No entanto, o especialista ressalta que é possível que haja margem para erro, visto que “o ângulo em que o avião é iluminado pode esconder certas características”, disse.