O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para a tomada de crédito por pessoas jurídicas (de 1,88% para 3,95% ao ano) vai gerar um forte impacto negativo no setor de transporte rodoviário de cargas. O alerta é da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística)
Conforme a entidade, a elevação afeta principalmente pequenas e médias empresas, que formam a maioria do setor, muitas delas optantes pelo Simples Nacional. Dependente de crédito para capital de giro, renovação de frota, compra de equipamentos e insumos, o setor sofre com mais esse peso na carga tributária.
IOF pode comprometer crescimento
A elevação do IOF, afirma o representante do setor, torna mais caro o acesso a financiamentos. Esses recursos são essenciais para manter a operação e a competitividade das empresas. Originalmente de natureza regulatória para moderar o consumo de crédito no país, o IOF vem sendo assim aplicado com clara intenção arrecadatória, diz a associação.
Segundo os líderes do segmento, o governo impõe um aumento de custo inesperado. A diferença não pode ser repassada aos clientes, forçando as empresas a absorverem o prejuízo. Na prática, diz a entidade, a medida desestimula investimentos, compromete a renovação da frota e fragiliza ainda mais um setor estratégico para a economia nacional.
“O transporte rodoviário é essencial para garantir o funcionamento da cadeia de produção, distribuição e abastecimento em todo o país. Diante deste cenário, conclamamos o Congresso a atuar pela imediata revogação da medida adotada”, pediu a entidade em nota oficial à imprensa.
A associação representa cerca de 10,5 mil empresas, que operam mais de 1 milhão de caminhões. Do mesmo modo, o setor emprega cerca de 4 milhões de trabalhadores. Na visão da entidade, o novo IOF “afronta os interesses da economia brasileira e agrava a situação financeira de milhares de transportadoras em todo o país”.