Auditores agropecuários apresentaram uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) sobre o aumento nas agressões contra os profissionais da categoria. Por meio do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), o grupo reportou ao órgão, na sexta-feira 12, diversos casos de ameaças, ataques, boletins de ocorrência e processos administrativos, principalmente no Serviço de Inspeção Federal (SIF).
Os auditores fiscais federais agropecuários são responsáveis por inspecionar produtos de origem animal e vegetal para garantir a qualidade e segurança alimentar.
Presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo falou sobre a importância de medidas efetivas para proteger os servidores públicos em sua atuação.
“Episódios de ameaças e agressões contra os auditores agropecuários no desempenho da função ocorrem com frequência e, em muitos casos, há a necessidade de substituição dos servidores públicos agredidos”, destacou Macedo.
Segundo ele, a maioria das empresas é idônea, “mas algumas se utilizam de práticas de intimidação, humilhação e agressão moral e física como estratégia de manipulação contra a impessoalidade da atividade de fiscalização do seu estabelecimento”.
Casos de intimidação contra Auditores agropecuários chegam ao MPF
Além dos casos recorrentes no Setor de Inspeção Animal, intimidações também têm ocorrido na área vegetal. Em 2022, duas auditoras agropecuárias foram impedidas de sair de uma propriedade interditada por irregularidades. De acordo com o Anffa, elas foram submetidas a gritos, rojões e ameaças físicas.
Uma das servidoras, que prefere não se identificar, relatou: “Eles gritavam, soltavam rojões e chegaram a avançar para dentro da propriedade; pensei que ia morrer”.
Em 2023, uma servidora de uma unidade frigorífica pediu exoneração do cargo público depois de compartilhar com o sindicato as intimidações e agressões que sofreu no local de trabalho.
“É imperativa a criação de políticas públicas que inibam tais condutas, que investiguem e responsabilizem os agressores, a fim de garantir a proteção dos direitos e da integridade física dos servidores públicos federais no desempenho de suas funções”, cobrou o presidente sindical, Janus Pablo Macedo.