As gravações de áudio usadas pela Justiça da Itália contra Robinho reapareceram durante a sessão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que analisa pedido da corte italiana para ele cumprir a sentença de nove anos de prisão por estupro em território brasileiro.
No início da sessão nesta quarta-feira (20), o vice-procurador-Geral da República, Hidemburgo Chateaubriand, leu as transcrições dos áudios nos quais Robinho admite ter feito sexo com penetração com a vítima que, segundo ele, estaria embriagada.
“O mais importante é que a condenação [na Itália] não se deu apenas com base na palavra da vítima. Há conversas telefônicas interceptadas, todas com autorização judicial, em que o condenado ri da condição da vítima, combina respostas [com amigos], fala do receio de ter sido filmado e diz que ela [vítima] poderia ter pedido dinheiro em troca de silêncio”, afirmou o vice-procurador, representante do Ministério Público Federal (MPF) na sessão.
As gravações feitas a partir de interceptações de ligações de Robinho constam nos autos do processo julgado na Itália e foram publicados em episódios de podcast do Uol no ano passado.
“É! Eu comi, pô! Porque ela quis. Aonde eu forcei a mina? Eu comi a mina, ela fez chupeta em mim e depois saí fora. Os caras continuaram lá”, diz ele em um dos registros. Em outra escuta, o jogador admite que a vítima estava embriagada”, diz Robinho em um dos áudios.
Após a leitura dos trechos transcritos, Chateaubriand repetiu o pedido feito pela Itália. “Não se pode permitir impunidade de brasileiro que cometeu crime no exterior simplesmente porque o Brasil não extradita brasileiros natos”, declarou.
O vice-PGR sugere que os ministros do STJ homologuem a solicitação italiana para Robinho cumprir a pena no sistema penitenciário brasileiro.