segunda-feira, julho 8, 2024
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Ataque do Irã deve elevar petróleo e dólar

A investida do Irã contra Israel deve provocar, no curto prazo, uma alta na cotação do petróleo e uma valorização do dólar, tendo como consequências um espaço menor para cortes de juros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. A avaliação é do economista André Perfeito, em comentário enviado a clientes.

Na noite deste sábado, 13, o Irã confirmou ter iniciado uma ofensiva com drones e mísseis contra Israel, em retaliação pelo ataque aéreo que destruiu o consulado iraniano em Damasco, na Síria, no começo do mês. A investida matou integrantes da Guarda Revolucionária Iraniana, incluindo um general.

Segundo Perfeito, havia a perspectiva de um inevitável ataque iraniano a Israel, “mas o mercado não reagiu de acordo” ao longo da semana. “Parece-me relativamente claro que o conflito irá se espalhar na região.”

Caso haja de fato uma escalada do conflito, Perfeito elenca série de efeitos econômicos de curto prazo:

  • uma forte alta do petróleo na próxima semana;
  • com a valorização de commodities, os Estados Unidos não cortariam os juros como o mercado esperava;
  • os juros mais elevados nos EUA impõem um dólar mais forte ante as demais moedas no mundo;
  • diante da valorização do dólar no curto prazo e a manutenção dos juros norte-americanos, o Banco Central do Brasil “perde graus de liberdade para cortar a Selic”; e
  • no entanto, empresas ligadas a commodities “podem se beneficiar”.

“Isto é que podemos pensar num primeiro momento”, afirmou Perfeito. “Temos que avaliar o conjunto dos desdobramentos ao longo da semana.”

Irã, petróleo, dólar e cenário “caótico”

Dólar - economia dos eua
Dólar tende a se valorizar caso o petróleo se eleve no mercado internacional, avalia o economista André Perfeito | Foto: Reprodução/Freepik

O economista chama o momento atual de “caótico”. Contudo, André Prefeito ainda não vê poder destrutivo para o Brasil, no médio prazo, porque o país é exportador líquido de petróleo. Além disso, as commodities tendem a se apreciar em tempos de guerra.

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“O Brasil está simplesmente longe demais deste conflito, tanto geograficamente quanto politicamente”, acrescentou Perfeito. “O Brasil pode se beneficiar no médio prazo e digo isso para evitar uma posição vendida acima do desejado em ativos locais.”

De acordo com ele, não é possível projetar, ainda, a entrada de outros países no conflito. Entretanto, acredita que, para além da economia, o cenário caminha para um “acerto de contas” global.


Revista Oeste, com informações da Agência Estado

Via Revista Oeste

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