Há exatamente uma semana, na última quarta-feira (5), a cápsula Starliner, da Boeing, foi lançada à Estação Espacial Internacional (ISS), levando os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams, em uma missão batizada de CFT (sigla em inglês para Teste de Voo Tripulado).
Originalmente, a espaçonave deveria ficar acoplada ao laboratório orbital por cerca de uma semana, mas a agência espacial norte-americana anunciou que a Starliner não volta para a Terra antes de terça-feira (18).
Esse tempo extra permitirá que os astronautas da ISS se preparem para uma caminhada espacial na quinta-feira (13) que servirá para entender e, se possível, corrigir os problemas detectados na Starliner.
Starliner tem cinco vazamentos de hélio
Parte dessas checagens se concentram nos cinco vazamentos de hélio encontrados na cápsula até o momento. Um deles foi descoberto antes do lançamento, mas foi considerado de pouco risco para o sucesso total da missão. Os demais já foram detectados enquanto a Starliner já estava no espaço – mas, a NASA garante que isso não é necessariamente motivo de preocupação.
“Os engenheiros avaliaram o fornecimento de hélio com base nas taxas de vazamento atuais e determinaram que a Starliner tem margem de sobra para suportar a viagem de volta da estação”, diz o comunicado da agência. “Apenas sete horas de tempo de voo livre são necessárias para realizar um fim normal da missão, e a Starliner atualmente tem hélio suficiente em seus tanques para suportar 70 horas de atividade de voo livre após o desacoplamento.
Outro problema encontrado na cápsula a caminho da ISS tem relação com os propulsores do sistema de controle de reação (RCS). A Starliner tem 28 desses pequenos propulsores em seu módulo de serviço, e cinco deles se comportaram mal em algum momento durante a viagem. Desses cinco, quatro foram rapidamente recuperados, mas um permanece fora de serviço.
“As equipes terrestres planejam disparar todos os 28 propulsores RCS após a desacoplagem para coletar assinaturas de dados adicionais nos propulsores do módulo de serviço antes que o hardware seja gasto”, diz a NASA. “Como parte das operações normais, o módulo de serviço se separa do módulo de tripulação no retorno, então a NASA e a Boeing coletarão o máximo de dados possível para ajudar nas avaliações do sistema”.
Enquanto isso, Wilmore e Williams estão testando seus trajes espaciais “Boeing Blue” e os assentos da Starliner quanto ao ajuste, conforto e funcionalidade e avaliando o fluxo de ar a bordo da cápsula.
Eles também desligaram e religaram a cápsula, além de terem feito verificações de “porto seguro”, que são projetadas para mostrar que uma espaçonave acoplada pode servir de refúgio para astronautas em caso de emergência a bordo da ISS.