segunda-feira, março 31, 2025
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Asteroides formaram crateras gigantes sem afetar o clima da Terra

Há 66 milhões de anos, a queda do asteroide Chicxulub causou a extinção dos dinossauros não-aviários e de muitos outros seres vivos. Embora seja o mais conhecido, o evento não foi a última colisão gigante a atingir a Terra.

Duas outras rochas espaciais, quase tão grandes quanto o asteroide Chicxulub, atingiram o planeta há 35,65 milhões de anos. No entanto, seus efeitos foram diferentes.

Esses impactos ocorreram com uma diferença de 25 mil anos. Um dos asteroides, com diâmetro entre cinco e oito km, gerou a cratera Popigai, localizada na Sibéria, que tem 100 km de diâmetro. O outro, medindo de três a cinco km, formou a cratera da Baía de Chesapeake, na costa leste dos EUA, que varia entre 40 e 85 km de largura. 

Localização das crateras de impacto de Chesapeake Bay e Popigai. Crédito: Wade, B.S., Cheng, N.K.Y. 

Essas são a quarta e a quinta maiores crateras do planeta, e é possível que outras ainda maiores tenham sido apagadas por processos geológicos e atmosféricos ao longo do tempo. Apesar de sua grandeza, no entanto, esses impactos não provocaram mudanças climáticas de longo prazo, como era de se esperar.

Microfósseis revelam que impacto de asteroides não alterou a temperatura do mar

Um grupo de cientistas resolveu investigar se os eventos causaram alterações na temperatura da água do mar nos 150 mil anos seguintes. Para isso, os pesquisadores analisaram minúsculos organismos marinhos fossilizados, conhecidos como foraminíferos, e mediram os isótopos presentes nesses microfósseis. Os resultados obtidos foram descritos em um artigo publicado nesta quarta-feira (4) na revista Communications Earth & Environment.

Isótopos são versões de átomos com números diferentes de nêutrons, e seu padrão pode indicar variações na temperatura da água. A análise não revelou mudanças significativas após os impactos. “Esperávamos ver uma alteração nos isótopos, indicando águas mais quentes ou mais frias, mas isso não aconteceu”, disse Bridget Wade, coautora do estudo, em um comunicado.

Cratera Popigai, na Sibéria, Rússia. Crédito: LANDSAT/NASA

Em escala humana, os impactos teriam sido catastróficos, com tsunamis, incêndios e uma grande quantidade de poeira que teria bloqueado a luz do Sol. No entanto, as amostras retiradas de microfósseis marinhos antigos não indicaram efeitos climáticos duradouros.

O estudo mostrou que, ao contrário do impacto de Chicxulub, os impactos do final do Eoceno não causaram mudanças climáticas de longo prazo, mesmo sendo eventos de grande magnitude.

Via Olhar Digital

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