quinta-feira, janeiro 30, 2025
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Arthur Rollo, sobre crise aérea no Brasil: ‘Falta política de governo’

Em entrevista ao Jornal da Oeste desta terça-feira, 28, o ex-secretário nacional do consumidor, do Ministério da Justiça, Arthur Rollo debateu situação da aviação no Brasil. Diante de crise aérea, o especialista afirmou que falta uma ”política governamental sólida”.

“Não temos uma política governamental sólida”, explicou Rollo. “O programa de voo a R$ 200 era uma promessa não factível. Eu lembro de vários anúncios de que a população ia poder voar, mas aí teria o subsídio cruzado: alguém pagando mais para alguém pagar menos.”

Rollo explicou que, por ser caro, o mercado da aviação é sensível em diversos países. Por isso, é comum que governos concedam incentivos as empresas aéreas para tornar o preço das passagens atrativa ao consumidor e o retorno favorável as marcas.

Apesar disso, conforme o especialista, dois fatores no Brasil dificultam a operação: insegurança cambial e jurídica. “Houve, recentemente, o aumento dos combustíveis, e era para o dólar estar até mais alto”, disse. “Esta insegurança acaba sendo muito grave para as empresas aéreas. Não é só um problema da empresa, mas o cenário no Brasil não é favorável.”

A relação entre o dólar e o preço da passagem aérea no Brasil

Imagem aérea do Aeroporto de Guarulhos
Imagem aérea do Aeroporto de Guarulhos | Foto: Divulgação/Juvenal Pereira

Ao Jornal da Oeste, Rollo explicou que os preços das passagens aéreas estão diretamente relacionados ao valor do querosene de aviação, que varia conforme o dólar. A moeda dos Estados Unidos enfrenta uma alta nos últimos anos em relação ao real, o que ajuda a encarecer e aumentar a crise aérea.

“Houve um aumento significativo do dólar, e o maior impacto na aviação é no querosene, um aumento do dólar reflete significativamente”, explicou. “Vai ter cidade do Norte e do Nordeste que não vai mais ter voo direto, em outros casos, nem voo. Já ouvimos falar na fusão da Gol com a Azul, o que vai diminuir concorrência e isso é ruim para o consumidor.”

A atual situação da aviação no país não permite ao especialista acreditar em uma baixa nos preços, como prometido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, através do programa Voa Brasil.

“Desde a época em que eu era secretário nacional do consumidor, ouço que virão operar no Brasil empresas low cost [baixo custo]”, disse. “Eu ouvi o então ministro Márcio França falar que os idosos e aposentados iam poder viajar barato, com o programa do governo federal. Mas o que acontece é justamente o contrário [encarecimento].”

Via Revista Oeste

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