sábado, novembro 23, 2024
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Arquidiocese de SP se diz perplexa com possível CPI para apurar atuação do padre Júlio Lancellotti

A Arquidiocese de São Paulo diz “acompanhar com perplexidade” a possível abertura de uma CPI, na capital, que teria como um dos alvos o padre Júlio Lancellotti.

“Perguntamo-nos, por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres, justamente no início de um ano eleitoral”?, diz a nota da instituição, publicada na quarta-feira (3).

“Padre Júlio não é parlamentar. Ele é o vigário episcopal da Arquidiocese de São Paulo para o ‘Povo da Rua’ e exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade”.

A declaração acontece em meio à possibilidade de abertura de uma CPI para investigar organizações que atuam no centro de São Paulo.

O autor do requerimento, vereador Rubinho Nunes (União Brasil), afirmou à CNN que já tem apoio suficiente para a abertura de uma CPI sobre o tema.

O pedido foi protocolado no dia 6 de dezembro do ano passado. A expectativa do parlamentar é que a comissão seja instalada em fevereiro, no início do ano legislativo.

Apesar de o requerimento para a abertura da CPI não citar nenhuma organização especificamente, o vereador disse à CNN que, inicialmente, serão investigadas duas delas: o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto e a Craco Resiste.

O parlamentar acrescentou que, além delas, também devem ser examinadas todas as outras que atuam na região, e citou especificamente a atuação do padre Júlio Lancellotti, conhecido por trabalhar junto à população em situação de rua na capital paulista.

Pelas redes sociais, o padre reconheceu a abertura de comissões parlamentares de inquérito como legítimas e afirmou que uma CPI é uma prerrogativa do poder Legislativo.

O padre ainda esclareceu que não pertence a nenhuma organização da sociedade civil ou ONG que utilize de convênio com o poder público municipal.

“A atividade da Pastoral de Rua é uma ação pastoral da Arquidiocese de São Paulo, que por sua vez não se encontra vinculada de nenhuma forma às atividades que constituem o objetivo do requerimento aprovado para a criação da CPI em questão”, diz.

Em nota, o coletivo Craco Resiste afirmou não ser uma ONG, mas um “projeto de militância para resistir contra a opressão junto com as pessoas desprotegidas socialmente da região da Cracolândia”.

“Enxergamos esse tipo de ataque também como uma maneira de tirar o foco da discussão, mantendo aberto o ralo de dinheiro que passa ainda pela violência policial e a suposta repressão ao tráfico”, diz outro trecho do comunicado à imprensa.

Via CNN

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