O Banco Central da Argentina vai começar a vender dólares nos mercados paralelos de câmbio a partir desta segunda-feira,15. A medida foi anunciada pelo ministro da Economia, Luis Caputo e visa reduzir a diferença entre a taxa de câmbio oficial e as taxas paralelas, como o chamado dólar blue.
Caputo e o presidente Javier Milei, que estão em um evento em Idaho, nos Estados Unidos, detalharam a nova estratégia neste sábado, 13.
Enquanto a taxa oficial do peso argentino é de 919 por dólar, o dólar blue foi cotado a 1.405 pesos por dólar na última sexta-feira, 12.
A venda de dólares pelo Banco Central argentino no mercado paralelo, conhecido como CCL (dinheiro em liquidação, na sigla em espanhol), visa compensar a emissão de pesos pela compra de dólares na taxa oficial.
“Se o Banco Central comprar dólares no mercado oficial de câmbio, a emissão equivalente de pesos será anulada pela venda de dólares equivalentes no mercado de dinheiro em liquidação, escreveu Caputo no X/Twitter.
El presidente @JMilei anunciando en este momento que se cierra la última canilla de emisión monetaria.
A partir de ahora la cantidad de dinero queda igual o se reduce (si el Banco Central vendiera dólares en el Mulc).
Es decir, si el Bcra comprara dólares en el Mulc, la emisión…— totocaputo (@LuisCaputoAR) July 13, 2024
A medida poderá dificultar a acumulação de reservas estrangeiras e o pagamento de US$ 44 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Funcionários do governo preveem que o Banco Central da Argentina perderá US$ 3 bilhões em reservas no terceiro trimestre. Depois de recuperar rapidamente as reservas esgotadas pelo governo anterior, a instituição tem lutado para manter o mesmo ritmo, com exportadores vendendo menos no exterior devido à valorização do peso.
Luta contra a inflação na Argentina
Em entrevista ao canal La Nación, Milei afirmou que continuará lutando contra a inflação e mantendo um equilíbrio fiscal.
A taxa mensal acelerou levemente em junho, primeira alta desde que Milei assumiu o cargo em dezembro do ano passado. A inflação anual permanece em 272%, uma das mais altas do mundo.