sexta-feira, julho 5, 2024
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Argentina dá calote em bananeiros da Bolívia e do Paraguai

Depois de adotar medidas econômicas ineficientes, a Argentina se tornou sinônimo de país inadimplente. O país vizinho não pode sequer honrar as dívidas da compra de bananas. Recentemente, bananeiros da Bolívia e do Paraguai decidiram suspender as exportações da fruta para a Argentina — que tem mais de US$ 20 milhões em dívidas. A Argentina deu calote novamente.

A partir desta semana, segundo o portal CNN Brasil, caminhões carregados com bananas não vão mais cruzar a fronteira argentina.

Protestos

A interrupção das importações foi acompanhada por protestos. Em Assunção, capital do Paraguai, produtores locais fizeram um “bananaço” na terça-feira 15. O protesto aconteceu em frente à Embaixada da Argentina.

Banana grátis

Na capital paraguaia, como sinal de protesto contra a Argentina, os produtores locais distribuíram bananas gratuitamente. Motoristas e pedestres que passavam pelo local dos protestos levaram para casa cachos de banana. As frutas deveriam abastecer supermercados em Buenos Aires, Córdoba e Mendonza.

De acordo com a Câmara Paraguaia de Banana e Abacaxi (Capabap), os compradores argentinos devem mais de US$ 10 milhões pelas frutas exportadas — dívida que ainda não foi paga. Na Bolívia, a dívida dos argentinos soma valor semelhante.

Cerca de 3.200 caminhões de banana

Anualmente, cerca de 3.200 caminhões paraguaios entram na Argentina a fim de suprir o mercado local com bananas. O cultivo e a comercialização da fruta emprega mais de 2.500 família paraguaias — o que representa aproximadamente 30 mil empregos diretos e indiretos, de acordo com a Capabap.

Argentina bananeiros
A Argentina não conseguiu pagar pela importação de bananas. Foto de Alistair Smailes na Unsplash/Reprodução

Crise argentina

A inadimplência da Argentina com os bananeiros é só mais uma mostra da dificuldade do comércio exterior do país. A crise atual argentina apresenta alta inflação e falta de dólares.

Como funciona a importação no país

Para importar, as empresas argentinas têm de registrar suas operações no SIRA, o Sistema de Importações da República Argentina. O governo só pode aprovar as importações das empresas cujos dados estejam no sistema.

No dia 4 de setembro de 2023, Dia da Indústria na Argentina, o candidato à presidência Sergio Massa anunciou — em tom festivo — a aprovação de pedidos de importação que somavam aproximadamente US$ 700 milhões.

Porém, a autorização do governo é só o primeiro passo para concluir as compras no mercado exterior. De acordo com o Banco Central da Argentina, importadores de bens somavam dívida de quase US$ 37 bilhões em junho. Havia, ainda, uma dívida de quase US$ 11 bilhões referentes a serviços no exterior.

Para efeitos comparativos: a dívida comercial da Argentina de quase US$ 48 bilhões já é maior do que o montante integral da dívida do país com o Fundo Monetário Internacional — que atualmente é de aproximadamente US$ 41 bilhões.

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