A relação conflituosa entre a administração da Arena do Grêmio e o próprio clube ganhou mais um episódio de embate.
Na noite desta quarta-feira (19), a gestora do estádio afirmou que o presidente do Tricolor Gaúcho, Alberto Guerra, havia solicitado judicialmente a suspensão dos pagamentos do seguro da casa gremista. O Grêmio rebateu a versão.
A medida, segundo a administradora, retardaria o retorno do funcionamento do estádio. Em nota divulgada à imprensa, o presidente da Arena, Mauro Araújo, disparou duras críticas contra o mandatário do clube gaúcho.
“O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, juntamente com a diretoria do clube, pediu judicialmente a suspensão dos pagamentos do seguro contratado pela Gestora para a recuperação da Arena do Grêmio. Essa decisão, tomada através de uma tutela cautelar antecedente a um procedimento arbitral, objetiva, conforme argumentação do Grêmio, assegurar que a indenização securitária seja destinada ao reparo dos danos causados pela enchente que atingiu o estádio. No entanto, essa medida, se mantida, pode atrasar em meses o retorno dos jogos do time ao estádio”, afirmou o presidente da Arena.
“Em plena crise no futebol, o presidente do Grêmio entra com ação cujo efeito pode retardar a entrega do estádio ao time. A pergunta que fica é: quem vai liberar esses valores para a Arena continuar com seu trabalho? Será o Grêmio? Qual o conhecimento técnico que o Grêmio possui para fazer essa liberação? As pessoas mais habilitadas para liberar esses valores são os engenheiros peritos da própria seguradora, em conjunto com os engenheiros da Arena, que já vem trabalhando em comum acordo e tomando todas as ações necessárias para entregar a casa dos tricolores o mais breve possível”, disparou Mauro.
O pagamento do seguro, da seguradora Zurich, é utilizado para recuperar a estrutura do estádio, que fica no bairro Humaitá, um dos mais fortemente atingidos pela enchente de maio, em Porto Alegre.
Versão do Grêmio
O presidente Alberto Guerra, por sua vez, afirmou que o termo de “suspensão” do pagamento do seguro está incorreto. O dirigente gremista se manifestou sobre o imbróglio após a derrota para o Fortaleza, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, nesta quarta (19).
“Nós não suspendemos e não interrompemos. A medida é para acelerar o retorno do Grêmio ao estádio. Esse termo de suspensão usado pela Arena é equivocado. Nós pedimos que esse dinheiro seja depositado em uma conta vinculada entre Grêmio e Arena, para que nós pudéssemos auxiliar e fiscalizar a aplicação desses recursos o mais rápido possível. Nós temos razões para isso e advogados, contratados ainda na outra gestão, que nos orientam. Para zelar pelo patrimônio do Grêmio, temos que tomar medidas mais duras. A decisão judicial fala que as reformas devem ser feitas no menor prazo possível”, argumentou Guerra.
De acordo com o presidente tricolor, é improvável que o Grêmio consiga voltar a atuar em seu estádio no jogo contra o Fluminense, pela Copa Libertadores, em 13 de agosto.
Recentemente, Guerra afirmou à imprensa que o seguro da Arena gira em torno dos R$ 70 milhões.
“A gente sabe que a Arena vai receber nos próximos dias mais de R$ 70 milhões do seguro. Entendemos que isso é mais que suficiente para arrumar todos os estragos das enchentes e eventual manutenção. Mas a gente solicita todos os dias uma previsão, seja otimista ou pessimista, para saber quando voltaremos para casa”, contou o mandatário em entrevista ao ge.com, antes da derrota para o Botafogo, no último domingo (16).
Confira nota completa da Arena
Em plena crise no futebol, o presidente do Grêmio entra com ação cujo efeito pode retardar a entrega do estádio ao time. A pergunta que fica é: quem vai liberar esses valores para a Arena continuar com seu trabalho? Será o Grêmio? Qual o conhecimento técnico que o Grêmio possui para fazer essa liberação? As pessoas mais habilitadas para liberar esses valores são os engenheiros peritos da própria seguradora, em conjunto com os engenheiros da Arena, que já vem trabalhando em comum acordo e tomando todas as ações necessárias para entregar a casa dos tricolores o mais breve possível, questiona Mauro Araújo.
O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, juntamente com a diretoria do clube, pediu judicialmente a suspensão dos pagamentos do seguro contratado pela Gestora para a recuperação da Arena do Grêmio. Essa decisão, tomada através de uma tutela cautelar antecedente a um procedimento arbitral, objetiva, conforme argumentação do Grêmio, assegurar que a indenização securitária seja destinada ao reparo dos danos causados pela enchente que atingiu o estádio. No entanto, essa medida, se mantida, pode atrasar em meses o retorno dos jogos do time ao estádio.
Suspender os pagamentos do seguro e depositá-los em juízo coloca em xeque a credibilidade da seguradora Zurich, uma das maiores do mundo, e sua auditoria, bem como a própria Arena Porto-Alegrense, que tem atuado incansavelmente de domingo a domingo para a célere reconstrução do estádio, como tem sido amplamente registrado. De acordo com as leis brasileiras, todo seguro pago deve ser auditado para garantir que os recursos sejam aplicados corretamente para os fins destinados. A Arena Porto-Alegrense, responsável pela administração do estádio, tem seguido rigorosamente esses procedimentos, prestando contas diariamente sobre as ações de reparo realizadas, demonstrando total transparência e compromisso com a recuperação do local.
Os torcedores gremistas têm acompanhado diariamente nas redes sociais e imprensa a evolução dos trabalhos que a Arena vem fazendo para a recuperação da casa da nação tricolor, mesmo antes de receber qualquer pagamento do seguro, utilizando recursos próprios para em nada retardar a retomada de jogos na Arena, desejo da torcida tricolor.
Mauro Araújo, presidente da Arena Porto-Alegrense, comentou sobre a decisão: ‘nos causa enorme perplexidade a decisão do presidente do Grêmio e sua diretoria, pois tem potencial de atrasar por meses o retorno do Grêmio à Arena, com prejuízo imensurável ao futebol. O Grêmio em casa é imbatível, todos os gremistas sabem. E não há qualquer justificativa plausível para tal medida, pois é do nosso total interesse ter a Arena em perfeitas condições o mais rápido possível, para que possamos retomar os jogos, que é a nossa atividade.
Estamos absolutamente focados na recuperação da Arena e isso tem sido demonstrado diariamente pela imprensa. Inclusive, até agora utilizamos nossos recursos próprios para iniciar os reparos e estamos prestando contas diariamente do progresso feito. A opção do Presidente Alberto Guerra por impedir a recuperação da Arena não se coaduna com o interesse da torcida. O que está por trás não conseguimos entender. Deveríamos estar trabalhando juntos nesta hora, como toda a comunidade Gaúcha, que está dando um grande exemplo de solidariedade e união”.
O Grupo que controla a Arena Porto-Alegrense administra outras arenas no Brasil com sucesso, demonstrando uma gestão eficiente. Prova disto foi a constituição de um seguro que, diferente de muitos, abarcava expressamente danos por inundação. Esta visão proativa deveria ser enaltecida pelo presidente Alberto Guerra e sua diretoria, ao invés de questionada.
Os gremistas estão ansiosos pelo retorno do estádio, que é um ícone para o clube e seus torcedores. No entanto, a decisão de Alberto Guerra vai atrasar a total restauração da Arena do Grêmio, afetando o cronograma de obras e o uso do estádio.