quinta-feira, novembro 21, 2024
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Aquecimento global está impedindo de achar vida extraterrestre

A temperatura global está aumentando a níveis alarmantes e já estamos presenciando as consequências disso. Um estudo publicado este mês fez algumas revelações surpreendentes sobre esse aumento, incluindo que ele não é um fenômeno atual e que pode ter um efeito até então desconhecido. O aquecimento global pode estar impactando nossa capacidade de encontrar vida extraterrestre.

A pesquisa também estimou quanto tempo levaria para que um planeta com crescimento populacional acelerado (tomando como base o nosso próprio planeta) levaria para chegar a uma situação de inabitabilidade.

Consequências do aquecimento global pode não ser exclusivas da Terra (Imagem: Barnaby Chambers – Shutterstock)

Aquecimento global não é um fenômeno novo

Dados da Agência Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) mostraram que a Terra tem se aquecido a uma taxa de 0,06ºC por década desde 1850. Isso se intensificou ao longo do tempo: a partir da década de 1982, o aumento foi para 0,20ºC, três vezes mais rápido. E piora: se a tendência continuar, o aumento deve ficar entre 1,5 e 2ºC até meados deste século.

Segundo o site Universe Today, essa é uma consequência direta da queima de combustíveis fósseis, que se acentuou há alguns séculos (e não parou mais).

A ideia desse aumento não é exatamente nova. Em 1969, um cientista soviético chamado Mikhail I. Budyko propôs que toda energia usada pelo homem é transformada em calor. No entanto, há uma fonte adicional que se soma à mistura, chamada de calor residual.

De acordo com Manasvi Lingam, um dos autores do estudo deste ano, o calor residual teria um impacto mínimo no aumento da temperatura global. Mas tem um problema: ele cresceu (e continua crescendo) em um ritmo exponencial, o que faz diferença. Se isso não diminuir, a previsão para os próximos séculos não é nada positiva.

Se a geração de calor residual mantiver seu crescimento exponencial ao longo dos séculos, mostramos que isso pode eventualmente levar a uma perda completa da habitabilidade e ao fim de toda a vida na Terra.

Manasvi Lingam

Apesar do aquecimento global não ser um fenômeno recente, o trabalho atual apresentou algumas conclusões surpreendentes. Ele revelou que o aumento na temperatura é um problema a longo prazo enfrentado por civilizações avançadas como resultado do consumo de energia (não apenas combustíveis fósseis). Basicamente, um problema inevitável – mas que na Terra assumiu proporções exponenciais.

Consumo de energia global tem crescido a níveis exponenciais (Imagem: OurWorldInData.org/Energy Institute – Statistical Review of World Energy (2024)

Estudo calculou quanto tempo falta para atingir a inabitabilidade

  • A pesquisa também determinou quanto tempo levaria para que civilizações avançadas atingissem um ponto em que seus respectivos planetas se tornariam inabitáveis;
  • Para isso, eles usaram modelos teóricos baseados na Segunda Lei da Termodinâmica e aplicaram o conceito à ideia de habitabilidade planetária considerando a zona habitável circunsolar (as órbitas onde o planeta receberia radiação suficiente para manter água líquida na superfície);
  • Eles adicionaram mais fatores na análise: o aquecimento decorrente da atividade tecnológica e o aumento no consumo de energia ao longo do tempo;
  • Eles perceberam que o aumento no uso de energia não apenas foi exponencial, mas acelerado, o que permitiu extrapolar os cálculos;
  • A equipe concluiu que a vida útil máxima de planetas que experimentam uma taxa de crescimento anual de cerca de 1% no ano é de cerca de 1 mil anos.

Os impactos do aquecimento global vão além: eles podem estar impedindo a descoberta de vida extraterrestre.

Amedeo Balbi, professor de astronomia e líder do estudo, explicou:

Nossos resultados indicam que o efeito do calor residual pode se tornar substancial não apenas no futuro da Terra, mas também no desenvolvimento de quaisquer espécies tecnológicas hipotéticas que habitem planetas ao redor de outras estrelas. Consequentemente, considerar essa restrição pode influenciar como abordamos a busca por vida tecnologicamente avançada no universo e como interpretamos os resultados de tais buscas. Por exemplo, pode oferecer uma explicação parcial para o paradoxo de Fermi.

Amedeo Balbi

O paradoxo de Fermi opõe duas ideias: se o universo é tão grande, a probabilidade é que existam outras civilizações com vida extraterrestre por aí. Então por que ainda não as encontramos?

Os autores, inclusive, propuseram algumas soluções de como evitar tornar nosso planeta inabitável, como realocar a infraestrutura tecnológica para fora do planeta. Novamente, entra a questão da vida extraterrestre: de acordo com a probabilidade, qualquer alternativa plausível provavelmente já foi implementada por outra espécie avançada.

Via Olhar Digital

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