A maior seca dos últimos 121 anos mudou o cenário do estado do Amazonas, deixando comunidades isoladas e fechando escolas na área rural de Manaus. Mas agora, o pior parece já ter passado e o Rio Negro voltou a subir.
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Nível do Rio Negro voltou ao normal
- A cheia está reaquecendo setores da economia que dependem de atividades como transporte fluvial e turismo.
- Conforme o Serviço Geológico do Brasil (SGB), os níveis dos principais rios do Amazonas já estão dentro da normalidade.
- O Rio Negro, por exemplo, atingiu 21,46 metros, quase o dobro do registrado em 26 de outubro de 2023, quando alcançou a cota histórica de 12,70 metros, segundo o Porto de Manaus.
- Apesar da melhora no cenário, 62 municípios do estado ainda estão em situação de emergência por conta da seca.
- As informações são do G1.
Impactos do aquecimento global e do El Niño
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o fenômeno climático El Niño ainda causa impactos na região devido a pouca quantidade de chuva.
O fenômeno afeta no acumulado de chuvas, que está abaixo do normal para o período. No momento Tabatinga, no Alto Solimões, está apresentando oscilações e até descidas. O mesmo ocorre na parte norte da bacia, como Alto Rio Negro e rio Branco, em Roraima, que estão em recessão e no caso de Boa Vista [capital de Roraima] com níveis baixos para o período.
Jussara Cury, pesquisadora de geociências do SGB
O órgão afirma que é preciso analisar as cotas dos rios nos meses de março, abril e maio para poder apontar uma projeção de como os eles irão se comportar neste ano.
Outro fator que gerou o agravamento da seca foram as mudanças climáticas. Segundo o ambientalista Erivaldo Cavalcanti, da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), os eventos climáticos estão ocorrendo com mais frequência e podem impactar o ecossistema, ameaçando, assim, a biodiversidade do planeta.
No Lago Tefé, no interior do Amazonas, por exemplo, mais de 200 botos morreram em razão da seca. Autoridades do estado investigam se algum outro fator motivo a alta mortandade dos animais.
O ambientalista também disse que para ajudar a evitar novos episódios extremos, é preciso combater a poluição e o uso excessivo de recursos naturais.