Após a demissão do número dois da Agência de Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também pretende mudar o comando de outras diretorias do órgão.
Segundo apurou a CNN, a expectativa é que outras sete diretorias da Abin passem por uma reestruturação nos próximos dias. São elas:
- Departamento de Administração e Logística;
- Departamento de Contrainteligência;
- Departamento de Inteligência Externa;
- Departamento de Inteligência Interna;
- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para Segurança das Comunicações;
- Departamento de Operações;
- Escola de Inteligência
Nesta terça, Lula exonerou Moretti do posto que ocupava na Abin. No lugar, escolheu Marco Cepik que, atualmente, comanda a Escola de Inteligência da agência.
As trocas na cúpula da Abin ocorrem após uma operação da Polícia Federal (PF) revelar uma suposta espionagem ilegal realizada pela agência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo as investigações, a agência monitorou ilegalmente uma série de autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente.
Na investigação, a PF cita um possível conluio entre investigados na operação e a atual gestão da Abin.
Os monitoramentos, segundo as investigações, envolviam o uso do software “First Mile”, ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas.
O software é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para encontrar o alvo, basta digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última posição.
O uso indevido da Abin teria ocorrido quando o órgão era chefiado pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado da família Bolsonaro. O parlamentar foi alvo de operação da PF. Ele nega participação em qualquer prática de espionagem ilegal.
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