Dois dias depois da aprovação da proposta de emenda à Constituição que limita decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), embarcou para São Paulo acompanhado dos ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli.
A viagem aconteceu após uma dura reação do STF à decisão dos senadores. Agora, segundo relatos feitos à CNN, o momento é de esforços mútuos para evitar uma escalada do embate entre os Poderes.
Antes de embarcar no mesmo avião que Pacheco, Moraes já havia se reunido com o presidente do Senado e seu principal aliado, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), para restabelecer o bom relacionamento. A conversa com o ministro do Supremo começou na noite desta quinta-feira (23) e entrou na madrugada.
A CNN apurou que o encontro, na Residência Oficial do Senado, foi até as 2h desta sexta (24).
Moraes também esteve na conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio da Alvorada. Ali, ao lado dos colegas de Supremo Gilmar Mendes e Cristiano Zanin, Moraes avisou o mandatário do Planalto que se reuniria com Pacheco e Alcolumbre.
No plenário do Supremo, Moraes referendou as reações do decano e do presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, e afirmou que o direito de legislar do Congresso não pode se transformar em intimidação ao STF.
“Essa Corte não se compõe de covardes e nem de medrosos. A Constituição garantiu a independência do poder Judiciário proibindo qualquer alteração constitucional que desrespeite essa independência e desrespeite a separação de poderes”, discursou Moraes.
Segundo a CNN apurou, o ministro não aposta num eventual acirramento do clima e não vê espaço para que o Senado avance em outras pautas que miram o Supremo. Moraes é um dos ministros mais próximos a Pacheco e Alcolumbre.
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