Cacau Protásio, 49, foi uma dos mais de cem humoristas de todo o mundo convidados para um encontro com Papa Francisco, no Vaticano, nesta sexta-feira (14). Acompanhada do marido, o fotógrafo Janderson Pires, a brasileira aproveitou para abençoar suas alianças e renovar os votos dos 12 anos em que já estão casados.
Em conversa com a CNN, Cacau exaltou a parceria do amado, responsável por incentivá-la em todas as áreas de sua vida, mesmo em períodos complicados como durante seu processo de emagrecimento e quando sofreu episódios de racismo. “Ele me elogia o tempo todo, me bota pra frente, me impulsiona e me incentiva”, afirmou.
Hoje, após perder 27 kg, a artista recorda algumas dificuldades pelas quais passou ao lado do marido, como não conseguir dançar com ele após um jantazinho romântico em casa. “Dois pra lá, dois pra cá era o suficiente para eu me sentir exausta”, afirma.
“Eu, na minha obesidade, já não estava mais com saúde. Eu estava com a pressão muito alta, não conseguia mais cruzar as pernas para ensaios fotográficos. Nas gravações do ‘Vai Que Cola’, tinham cenas em que eu entrava e ficava sentada, porque só de ficar de pé eu cansava.”
Diante de tantas dificuldades e do constante cansaço, a artista procurou uma médica cardiologista, além de contar com a ajuda de outros profissionais, como nutricionista, nutróloga, psicóloga e psiquiatra, para passar pelo processo de perda de peso.
“Foi uma vitória conseguir fazer movimentos que, por conta do excesso de peso, eu já não fazia mais”, celebrou a atriz. “Eu estava sem qualidade de vida, correndo risco de enfartar a qualquer momento, então não é só uma questão estética, vai muito além”, ressaltou.
Recentemente, a atriz também foi diagnosticada com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), algo que ajudou muito o cotidiano de seu casamento.
“Eu sou uma pessoa impulsiva, bagunceira, desorganizada. Ainda bem que meu marido é impecável e meu oposto nesse sentido. Ser diagnosticada foi maravilhoso, porque eu me perdoei por várias atitudes que eu tive. Pude entender o motivo de determinadas ações e reações”, afirmou.
Perdão após racismo
Já com o tratamento adequado e o apoio das pessoas ao seu redor, Cacau afirma que é mais paciente consigo mesma. A decisão de se acolher mais, no entanto, não vem de agora. Em novembro de 2019, a atriz foi alvo de comentários racistas, homofóbicos e gordofóbicos, durante a gravação do filme “Juntos e Enrolados”.
Na produção, a atriz interpretou uma bombeira, com filmagens realizadas no Corpo de Bombeiros do centro do Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, começaram a circular áudios e vídeos de bombeiros reclamando da presença da artista no quartel.
“Me senti muito mal, adquiri síndrome do pânico, depressão. Me senti culpada, envergonhada”, relembrou a humorista. “Eu estava interpretando ali, não fiz nada de errado. No primeiro momento fiquei muito magoada, muito triste, até porque ser bombeira era uma carreira que eu pensava em seguir na adolescência”, contou à CNN.
Após Cacau registrar uma ocorrência contra os agentes, em dezembro de 2023 a Justiça determinou que o Governo do Rio de Janeiro pagasse R$ 80 mil para a atriz. “Hoje eu perdoo essa pessoa [que fez os comentários ofensivos]. Eu já o desculpei e oro muito para que ele tenha um coração melhor, não haja assim com outros”, disse.
Hoje em dia, ninguém me coloca em uma posição que eu não quero estar. Ninguém me usa como um objeto descartável ou fala para mim o que eu tenho que fazer. Já não me calo mais e ensino as pessoas a não se calarem
Cacau Protásio