O presidente da França, Emmanuel Macron, desembarca nesta quinta-feira (28) em Brasília, onde será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em solenidade no Palácio do Planalto.
No terceiro dia no Brasil, o chefe de Estado francês deve dedicar a agenda a assuntos políticos. Na terça-feira (26), a pauta foi meio ambiente. Na quarta-feira (27), Macron tratou de temas relacionados à defesa, economia e cultura.
O dia na capital federal começa com honras militares. Logo em seguida, os dois presidentes terão uma reunião. Nela, devem conversar sobre os conflitos na Faixa de Gaza e no Haiti, a guerra na Ucrânia e as eleições da Venezuela.
Durante a cerimônia de recepção do presidente francês, a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, será interditada para o trânsito de veículos. A interdição começa às 8h e só deve ser liberado no fim da tarde.
Serão assinados cerca de 30 atos, entre acordos e memorandos de entendimento. Um deles renova o plano de parceria estratégica entre os dois países. Há documentos em diversas áreas, como inteligência artificial, saúde, defesa e educação.
Nesse contexto, a França deve anunciar investimentos num centro de imunologia no Ceará, numa parceria entre o Instituto Pasteur e a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz).
Na sequência, Macron almoça no Palácio Itamaraty e depois será recebido pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
De acordo com o Itamaraty, as negociações em torno do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, da qual Macron se posicionou contra, não estão previstas para serem debatidos durante esta visita.
Na quarta-feira (27), Macron voltou a criticar o acordo Mercosul-UE. O presidente francês realizou um discurso no encerramento do fórum econômico na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Durante o evento, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fizeram apelos para a retomada das negociações do acordo comercial. Ao fim, Macron classificou os termos como “péssimos” e pediu que os lados se engajem em um “novo acordo”.
Macron disse que o acordo é ultrapassado e não considera as premissas do debate global atual, principalmente em relação à sustentabilidade. Macron foi enfático ao afirmar que seus termos “não consideram as mudanças climáticas”.
“Deixemos este acordo para trás, vamos construir um novo, iluminado pelas novas ideias”, disse Macron.
Essa é a primeira visita bilateral de Emmanuel Macron a um país da América Latina, desde que assumiu a Presidência da França, em 2017.
O roteiro começou por Belém, no Pará, que no próximo ano vai sediar a Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP30.
O presidente francês anunciou uma parceria financeira entre a Agência Francesa de Desenvolvimento e os bancos públicos brasileiros para levantar até 1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,4 bilhões) em investimentos em bioeconomia na Amazônia nos próximos quatro anos.
Macron também visitou uma comunidade ribeirinha para conhecer um centro de produção de cacau e esteve com lideranças indígenas.
Na quarta-feira (27), Lula e Macron visitaram o complexo naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro. No local foi lançado ao mar o submarino “Tonelero” — desenvolvido em parceria entre Brasil e França.
Logo em seguida, o presidente francês foi para São Paulo, onde participou do evento da Fiesp.
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