O presidente da Câmara dos Deputados da Rússia, Viacheslav Volodin, disse nesta quinta-feira, 19, que há um grande risco de “guerra mundial com armas nucleares” caso as nações ocidentais autorizem a Ucrânia a usar armas doadas para atacar o território russo.
O parlamentar acusou políticos europeus de criarem condições favoráveis para que um conflito em grande escala aconteça. Essas condições, segundo ele, relacionam-se aos pedidos da União Europeia (UE) para suspender restrições ao uso de mísseis de longo alcance.
Os mísseis citados por Volodin são armas que Kiev tem recebido dos integrantes do bloco ocidental. “Esses apelos levam a uma guerra mundial com armas nucleares”, escreveu o parlamentar, em seu canal no aplicativo de mensagens Telegram.
Resposta à Ucrânia terá armas mais poderosas, diz russo
Aliado de Vladimir Putin, Volodin afirmou que a Rússia responderá com armas “muito mais poderosas” caso a medida prevaleça. Ele destaca que “ninguém deve ter ilusões” sobre as consequências do fim das restrições.
A declaração surgiu depois de o Parlamento Europeu aprovar uma resolução que solicita aos Estados-membros do bloco o fim imediato das restrições sobre o uso de armas fornecidas à Ucrânia. Segundo a UE, as restrições impediriam o país de exercer sua autodefesa.
Com 425 votos a favor, 131 contra e 63 abstenções, a proposta também pede que o bloco europeu amplie o financiamento destinado à Ucrânia, intensifique a ajuda humanitária no país e adote medidas efetivas para proteger o espaço aéreo nas regiões de fronteira, como na Polônia.
Volodin afirmou que os eurodeputados não haviam consultado suas populações antes de apoiar a medida. Acrescentou que o Parlamento Europeu deveria ser dissolvido depois dessa decisão. “Antes, deveriam se lembrar das lições da Segunda Guerra Mundial”, disse.
Em tom de ameaça, o político russo lembrou que “o tempo de voo de um míssil intercontinental para Estrasburgo (França) é de 3 minutos e 20 segundos”. O alerta segue a linha das recentes ameaças do presidente russo, Vladimir Putin. O ditador afirmou que ataques ao seu país com os mísseis doados poderia significar um novo conflito global.