Apenas seis em cada dez pais afirmam que seus filhos estão aprendendo o esperado para a idade, de acordo com pesquisa Datafolha, encomendada pelo Todos Pela Educação e divulgada nesta sexta-feira (13).
Foram ouvidos quase 5 mil pais e responsáveis de estudantes — de seis a 18 anos — das redes municipais no Brasil para entender suas visões sobre o aprendizado dos alunos, resultando no estudo “Opinião das Famílias: Percepções e Contribuições para a Educação Municipal”.
A pesquisa também revela uma preocupação dos pais com a permanência escolar. Metade dos entrevistados (51%) concorda que “muitos estudantes estão abandonando a escola”.
Esse receio é ainda mais evidente entre as famílias com menor rendimento: 53% dos responsáveis com renda de até um salário mínimo concordam totalmente ou em parte com essa afirmação, uma diferença de 16 pontos percentuais em relação às famílias com renda superior a cinco salários mínimos (37%).
Os responsáveis por alunos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º anos) apontam desafios ainda maiores para essa etapa. O abandono escolar, por exemplo, é uma preocupação mencionada pela maioria (57%) das famílias desses estudantes.
De acordo com a pesquisa, nove em cada dez responsáveis (91%) acreditam que é imprescindível fortalecer o ensino de matemática nos currículos escolares.
O dado vai de encontro ao que foi alertado no Timms (Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências, na sigla em inglês): apenas 1% dos estudantes brasileiros do 4º e do 8º ano atingiram o nível máximo de proficiência em ciências e matemática.
Além disso, mais de 80% dois pais apoiam a ampliação de atividades artísticas, esportivas e culturais, incluindo temas sobre diversidade étnico-racial.
A expansão do número de escolas em tempo integral é apontada por 30% das famílias como ação prioritária para as próximas gestões municipais.
Outras prioridades elencadas para os novos gestores incluem a necessidade de aprimorar a infraestrutura escolar (20%) e as condições de trabalho dos professores (17%), bem como realizar investimentos na alfabetização dos estudantes (17%).
Um aspecto relevante sobre a infraestrutura é que essa demanda é mais enfatizada por famílias das regiões norte (23%) e nordeste (26%), onde as escolas enfrentam desafios estruturais mais expressivos. Na região sudeste, apenas 12% consideram esse tipo de melhoria como ação imediata.
O estudo ainda reforça que os responsáveis têm opinião semelhante quanto à importância dos professores para a garantia da aprendizagem.
A pesquisa quantitativa, realizada a pedido do Todos Pela Educação e Fundação Itaú, foi conduzida entre julho e agosto de 2024, utilizando entrevistas individuais com uma abordagem híbrida.
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