sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Antissemitismo traz prejuízos ao turismo no Brasil

Um estudo conduzido pelo vereador Flávio Valle (PSD), do Rio de Janeiro, mostra que o aumento do antissemitismo no Brasil, depois de 7 de outubro, tem afastado turistas israelenses. Tal situação impacta diretamente setores como hotelaria, alimentação e lazer.

Caso o mesmo crescimento de 15% registrado em 2018 fosse aplicado a 2024, o total de turistas israelenses teria chegado a 30.024.

Considerando que 75% desse contingente são judeus, o país teria recebido 22.518 turistas judeus no último ano, em vez dos 11.877 estimados. Essa redução resultaria em uma perda de movimentação financeira no Brasil de R$ 48,8 milhões.

Projetado para uma década, de acordo com o levantamento, o custo do antissemitismo pode chegar a R$ 545 milhões para o Brasil e R$ 105 milhões para o Rio de Janeiro.

Origem judaica

De origem judaica, Valle, de 25 anos, é o vereador mais jovem da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, eleito em 2024. Uma de suas bandeiras na campanha foi o combate ao antissemitismo.

“Todos sabemos que o antissemitismo implica em prejuízos culturais, éticos e sociais, mas é difícil conscientizar a população acerca desses outros aspectos por meio de argumentos abstratos”, ressalta o vereador.

“A virtude do estudo, portanto, é que, ao colocar um número no custo do antissemitismo criamos um indicador para analises futuras, além de oferecer uma nova perspectiva, uma dimensão diferente da tradicional, tornando a mensagem mais direta e de fácil compreensão.”

O caso de Yuval Vagdani, soldado israelense que abandonou suas férias em Morro de São Paulo, na Bahia, depois de ser denunciado por uma organização da Bélgica, Hind Rajab Foundation (HRF), é um reflexo desse cenário.

Valle observa que não se pode afirmar que a queda esteja exclusivamente ligada ao aumento dos casos de antissemitismo.

Mas ressalta que “a grande repercussão de incidentes como o do soldado israelense deixa pouca margem para dúvidas de que os fenômenos são fortemente correlacionados.”

Na infância, Valle estudou no Colégio La Salle Abel, em Niterói (RJ). Não era uma escola judaica. Mas, desde criança, ele vivenciou a herança judaica por influência do avô Moisés e da mãe, Cláudia Valle.

Ouvia histórias, sentia orgulho de sua origem, mas o antissemitismo, para ele, era uma agonia que ecoava em um passado distante. Até que veio o ataque de 7 de outubro.

“Tive a clareza de que o antissemitismo voltou com força em todo mundo.”

O próprio vereador se considerou vítima de antissemitismo na última sexta-feira, 24. O desenho de uma suástica foi feito no banheiro masculino do 5° andar da Câmara Municipal, onde está localizado o gabinete dele.

“Me senti hostilizado e ameaçado dentro da casa legislativa”, afirma. “Imediatamente encaminhei a situação para o departamento de segurança da casa e vou aguardar os desdobramentos mantendo meu compromisso de seguir combatendo o antissemitismo.”

Via Revista Oeste

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