Um esqueleto “alienígena” encontrado no Deserto do Atacama, no Chile, há 20 anos, pode ser o corpo de alguém com nanismo que viveu durante a Idade Média.
Oscar Muñoz descobriu o corpo em agosto de 2003, quando procurava por objetos de valor em uma igreja abandonada localizada na “cidade fantasma” La Noria, no Deserto do Atacama.
A cidade está a 56 km de Iquique, cidade costeira do Chile e próxima a antigas minas de sal. Batizado Ata, o ser estava envolto em um pano branco amarrado com uma fita violeta.
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Mais tarde, o corpo foi vendido ao empresário e pesquisador espanhol Ramon Navia-Osorio Villar, presidente do Instituto de Investigação e Estudos Exobiológicos de Barcelona.
O empresário não acredita na origem extraterrestre, mas na possibilidade de ser um humanoide que teria vivido com o povo aimará, na América do Sul.
“Eram pessoas muito pequenas, que viviam em cavernas e só saíam à noite, daí seus estranhos olhos amendoados”, disse Villar, acerca do povo aimará.
“Um amigo nativo da tribo aimará me contou que esses seres viviam com seus ancestrais antes de os colonos espanhóis chegarem à América”, comentou o pesquisador.
Estudo contesta que o esqueleto seja de um alienígena
Um estudo publicado na revista International Journal of Paleopathology, em 2018, liderado pela professora de bioarqueologia Sian Halcrow, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, contestou a descoberta.
“Como especialistas em anatomia humana e desenvolvimento esquelético, não encontramos nenhuma evidência de qualquer anomalia esquelética alegada pelos autores”, disseram os pesquisadores liderados por Sian.
Uma análise de DNA revelou que o esqueleto era provavelmente um humano do sexo feminino com mutações incomuns ligadas ao nanismo (anão) e à escoliose (problema na curvatura da coluna espinhal).
Teorias acerca do corpo
Desde a descoberta de Ata, nome do corpo encontrado, muitos especulam sobre ser um corpo de “extraterrestre”.
A teoria ganhou força depois de o esqueleto ter sido apresentado em um documentário como evidência potencial de vida alienígena.
No entanto, de acordo com o site britânico Daily Star, o empresário Villar disse ao programa de televisão espanhol Quarto Milénio, do canal Cuatro, que rejeitou a ideia de ser um humano deficiente.
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“Recebemos o corpo na Real Academia Espanhola de Ciências e lá fizemos o primeiro raio-X nele, com baixa radiação para não danificar o espécime”, disse o também pesquisador.
“Já nos disseram que não sabiam o que era”, relata Villar. “A cabeça é volumosa, as mãos alongadas e não tinha rótulas. A clavícula é mais triangular que a dos humanos”, acrescentou.
Estêvão Júnior é estagiário da Revista Oeste em São Paulo. Sob a supervisão de Anderson Scardoelli.