sexta-feira, novembro 22, 2024
InícioPolíticaAntes da tragédia, Rio Grande do Sul acumula R$ 100 bi em...

Antes da tragédia, Rio Grande do Sul acumula R$ 100 bi em dívidas

Ao longo de quase cinco décadas, o Rio Grande do Sul acumulou uma dívida próxima de R$ 100 bilhões, recentemente agravada pelas inundações devastadoras decorrentes de intensas chuvas. As informações foram divulgadas pelo jornal Gazeta do Povo, nesta sexta-feira, 10.

Desde 2022, o Estado adotou o regime de recuperação fiscal e figura entre os mais endividados do país. O Rio Grande do Sul recebe a classificação mais baixa (D) pelo Tesouro Nacional em relação à sua capacidade de pagamento (Capag).

As políticas fiscais ao longo dos anos, marcadas por déficits contínuos, recorreram ao endividamento por meio de operações de crédito e emissões de títulos públicos. A dívida pública do Estado atingiu R$ 93,6 bilhões no fim de 2022.

O Rio Grande do Sul deve alcançar R$ 102 bilhões em dívidas em breve. Esse valor faz com que a dívida líquida consolidada gaúcha ultrapasse o limite de alerta estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal em relação à receita corrente líquida.

De acordo com a Gazeta do Povo, o crescimento econômico limitado e os altos custos com o funcionalismo são as principais causas da crise fiscal do Estado. O aumento das despesas com pessoal superou o crescimento das receitas correntes, o que compromete a sustentabilidade fiscal.

A folha de pagamento inclui um número excessivo de servidores e benefícios acumulados ao longo dos anos. Isso teria contribuído para um déficit previdenciário anual superior a R$ 10 bilhões.

Rio Grande do Sul implementou medidas para conter gastos


O governo estadual implementou medidas para tentar equilibrar as contas nos últimos anos. Entre elas, reforma administrativa, privatizações e aumento da alíquota do ICMS.

Decisões controversas no passado, como a escolha do índice de correção da dívida em 1998 e a suspensão temporária do pagamento da dívida com a União em 2015, também influenciaram no aumento da dívida pública.

Em resposta à crise atual, o governo federal suspendeu o pagamento das parcelas mensais da dívida do Estado até o fim do ano por causa do estado de calamidade provocado pelas chuvas. O Senado aprovou o reconhecimento de estado de calamidade pública, permitindo que os gastos emergenciais não sejam contabilizados na meta fiscal.

A destruição causada pelas enchentes comprometeu o potencial produtivo do Rio Grande do Sul, exigindo uma reconstrução massiva, o que provavelmente piorará a situação fiscal. Com a previsão de eventos climáticos extremos mais frequentes, a instabilidade e os custos elevados de seguros para novos investimentos são uma preocupação crescente.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui