domingo, novembro 24, 2024
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Anomalia magnética é descoberta em lago na Nova Zelândia

Recentes mapeamentos subaquáticos revelaram uma fascinante descoberta nas águas do Lago Rotorua, na Nova Zelândia. Localizado no coração de uma colossal cratera vulcânica na Ilha Norte, o local faz parte de uma lenda maori que conta a história de um amor proibido.

Um caçador teria se apaixonado pela filha do líder de uma aldeia rival, que resolveu fugir a nado pelo Lago Rotorua para se encontrar com o amado, após ter sido proibida de vê-lo pelo pai (saiba mais aqui).

Para além da mitologia, o lago também é famoso por suas águas turvas de tons verde-azulados devido à presença de enxofre, sendo por isso um histórico ponto de interesse científico. 

Agora, graças a uma pesquisa detalhada realizada pelo Instituto GNS Science (oficialmente registrado como Instituto de Ciências Geológicas e Nucleares da Nova Zelândia), novos mapas revelaram segredos ocultos nas profundezas daquelas águas.

Mapa maior mostra visão detalhada da batimetria do fundo do Lago Rotorua em uma escala de 1:17.500. Três mapas menores na lateral detalham a gravidade do ar livre, a intensidade magnética total e o fluxo de calor condutor sobre o lago. Crédito: GNS Science

Descoberta na Nova Zelândia muda a visão dos cientistas

Utilizando tecnologia de ponta, os cientistas puderam mapear 55 km quadrados do leito do lago, ou seja, 68% da extensão, incluindo crateras de erupção, um antigo leito de rio e uma surpreendente anomalia magnética na parte sul. 

Essa descoberta inédita prova que os sistemas hidrotermais de Rotorua estendem-se até as entranhas do lago, revelando uma paisagem submarina antes desconhecida.

Em entrevista ao site LiveScience, o geólogo Cornel de Ronde, líder do estudo, comparou a experiência de analisar os mapas a colocar óculos pela primeira vez, permitindo uma visão nítida das “letras miúdas” do ambiente subaquático. 

O que pode explicar a falha no Lago Rotorua

Os dados foram coletados em colaboração com a Marinha Real da Nova Zelândia, usando uma sonda de eco multifeixe (um tipo de sonar). 

A anomalia magnética encontrada intrigou os pesquisadores, indicando a presença de pirita em vez da esperada magnetita nas rochas vulcânicas do lago. As rochas vulcânicas normalmente contêm a magnetita mineral altamente magnética, mas no Lago Rotorua, os pesquisadores acreditam que os fluidos hidrotermais transformaram a magnetita em pirita, ou ouro de tolo, que quase não tem sinal magnético. Este processo hidrotermal diminuiria severamente o sinal magnético e explicaria a falha.

Além disso, os cientistas identificaram sinais de atividade hidrotermal, como um mapa de fluxo de calor indicando a ascensão de água quente do fundo do lago e a presença de crateras que provavelmente são resultado de erupções hidrotermais.

Apesar dessa atividade intensa, as temperaturas da água profunda do lago permanecem em torno de 14 graus Celsius, devido à grande quantidade de água fria que neutraliza o calor proveniente das profundezas. 

Essas descobertas não só lançam luz sobre a rica geologia do Lago Rotorua, mas também adicionam ainda mais emoção à lenda dos antigos amantes maori.

Via Olhar Digital

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