quinta-feira, novembro 21, 2024
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Animal descoberto na Austrália é um dos mais antigos do mundo

Um estudo publicado na revista Evolution & Development revelou a descoberta do Quaestio simpsonorum, uma das mais de 100 espécies multicelulares que viveram no período Ediacarano, entre 635 e 538 milhões de anos atrás – fase em que os primeiros animais macroscópicos e complexos surgiram na Terra.

Com cerca de oito cm de largura, essa criatura provavelmente se movia pelo fundo do mar, que na época era coberto por uma camada de microorganismos, formando um tapete orgânico viscoso. Como os animais ainda não tinham evoluído para cavar no sedimento, esse ambiente era bastante diferente do que conhecemos hoje.

Em um comunicado, a professora Mary Droser, da Universidade da Califórnia, destacou algumas características únicas do Q. simpsonorum. “O mais fascinante é que ele possuía simetria bilateral, o que significa que seus lados direito e esquerdo eram espelhados. No entanto, havia uma assimetria que formava um desenho semelhante a um ponto de interrogação invertido.

Fóssil de Quaestio simpsonorum descoberto na Austrália. Crédito: Evans et al.

Criatura encontrada na Austrália se comportava como um robô aspirador de pó

Segundo Droser, esse tipo de simetria sugere uma certa complexidade genética. “Os humanos, por exemplo, têm simetria bilateral, mas com assimetrias, como a localização do coração e do apêndice”.

Mais de uma dúzia de fósseis dessa espécie recém-identificada foram encontrados no Parque Nacional Nilpena Ediacara, no sul da Austrália. O professor Scott Evans, da Universidade Estadual da Flórida, comentou sobre o comportamento desse antigo animal. “As evidências indicam que ele se alimentava do tapete orgânico enquanto se movia. O registro fóssil de Nilpena é único por preservar não só os fósseis, mas também os vestígios de seu comportamento, mostrando como esses animais, que viveram há meio bilhão de anos, se alimentavam”.

Equipe de pesquisadore movendo lajes de rochas das encostas para análise. Crédito: Mary Droser.

Para ficar mais ilustrativo, digamos que aquela criatura atuava de maneira semelhante a um robô aspirador de pó, movendo-se lentamente pelo fundo do mar e alimentando-se de nutrientes provenientes de algas microscópicas, bactérias e outras formas de vida das profundezas oceânicas.

Stuart Paul, do Serviço de Parques Nacionais e Vida Selvagem dos EUA, reforçou a importância de Nilpena. “É um local de importância internacional. Além dos fósseis, os turistas podem visitar exposições interativas que mostram reconstruções audiovisuais desses organismos e como eles se comportavam, trazendo à vida um dos períodos mais antigos da história da Terra”.

Via Olhar Digital

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