Pelo menos 160 autoridades dos Três Poderes e 20 assessores acompanharam as palestras do Fórum Jurídico de Lisboa, realizado nesta semana. Um levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que o Ministério da Igualdade Racial, de Anielle Franco, é o que levou a maior comitiva. Outros quatro subordinados da pasta estão em Portugal.
A União desembolsou R$ 42,1 mil para ajudar as assessoras Andressa Vieira Almeida e Josiara Barbosa Diniz Leite; a secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo, Márcia Regina de Lima e Silva; e a chefe de Assessoria Internacional, Paula Cristina Pereira Gomes. Apenas Márcia Regina recebeu R$ 16,1 mil. Ela tem outras agendas na Europa, além do evento em Lisboa. A ministra, por sua vez, ganhou R$ 7,4 mil.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, de Luciana Santos, levou dois subordinados ao “Gilmarpalooza”. Perde para a pasta de Anielle Franco no tamanho da comitiva, mas se destaca em gastos.
Ao todo, a equipe do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação recebeu R$ 52,9 mil em diárias. Só a estadia de Luciana Santos, por exemplo, custou aos cofres públicos R$ 40,4 mil. Estiveram com a ministra o chefe da Assessoria Internacional, Carlos Eduardo Higa Matsumoto, e a chefe da Assessoria do Cerimonial, Lucielen Franciane Correa Barbosa.
Já o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), de Wellington Dias; o Ministério da Educação (MEC), de Camilo Santana; e a Advocacia-Geral da União (AGU), liderado por Jorge Messias, mandaram dois representantes cada.
Os ministros Vinícius Carvalho, da Controladoria-Geral da União (CGU), e Alexandre Silveira, das Minas e Energia, foram ao “Gilmarpalooza” sozinhos. Já a servidora Fernanda Rodrigues de Morais representou o Ministério das Cidades. A pasta é liderada por Jader Filho, e ela ocupa o cargo de chefe da consultoria jurídica.
O Fórum Jurídico de Lisboa
Entre a última quarta-feira, 26, e esta sexta-feira, 28, o “Gilmarpalooza” reuniu membros do governo para palestras na Faculdade de Direito de Lisboa. A iniciativa é do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual o ministro Gilmar Mendes é sócio, e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Além das exposições, o evento é famoso por conversas de bastidores, jantares e coquetéis. O Estadão ainda destaca que representantes de 12 empresas que possuem ações em tramitação no STF participaram como palestrantes. Em nota oficial, as entidades e a Corte negaram a existência de conflitos de interesse.
Apesar de os portais da transparência não terem disponibilizado ainda informações sobre o dinheiro público gasto para a ida ao “Gilmarpalooza”, o Estadão estima que os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo já pagaram pelo menos R$ 1,34 milhão em diárias e passagens.