sábado, janeiro 18, 2025
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Anielle aciona comissão de ética do PT contra Quaquá

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, executada em 2018, acionou o conselho de ética do Partido dos Trabalhadores (PT) contra o vice-presidente do partido, Washington Quaquá. O petista, que é prefeito de Maricá (RJ), publicou uma foto no dia 9 de janeiro ao lado da família Brazão e disse acreditar na inocência dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, réus no Supremo Tribunal Federal (STF) como mandantes do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

O ofício de Anielle foi protocolado na última quarta-feira, 15. O documento descreve a postura do petista como “antiética” e “não condizente com os princípios, direitos e deveres de um dirigente partidário do Partido dos Trabalhadores”.

Segundo a representação, Quaquá “tenta descredibilizar de forma irresponsável e leviana” a luta por Justiça das famílias das vítimas e o próprio governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao assumir o Ministério da Justiça em janeiro de 2023, Flávio Dino, hoje ministro do STF, afirmou que a resolução do caso Marielle era uma “questão de honra”. A investigação foi federalizada e concluída em março de 2024. Quaquá, no entanto, contesta o resultado do inquérito.

Depois da publicação da foto de Quaquá ao lado da família Brazão, Anielle reagiu. A ministra disse, sem citar o nome do vice-presidente do PT, que um dirigente da sigla usava o nome de sua irmã de forma “repugnante”.

Mesmo com crítica de Anielle, Quaquá reforça apoio aos irmãos Brazão

Washington Quaquá
Washington Quaquá é vice-presidente do PT, prefeito de Maricá (RJ) e ex-deputado federal. | Foto: Reprodução/@jornaldr1

Em 11 de janeiro, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Quaquá voltou a defender a inocência dos irmãos Brazão no caso envolvendo as mortes de Marielle e Anderson. O petista pediu para que “juristas sérios” reavaliem o processo. Sem apresentar provas ou indícios, ele tentou associar a família Bolsonaro ao caso.

“Peço que juristas sérios revejam o processo para ver se há prova contra os Brazão”, disse Quaquá. “Sei que as maiores ligações que existem entre o assassino que está sendo beneficiado com a sua própria delação é com a família Bolsonaro.”

A investigação da Polícia Federal descartou a relação da família do ex-presidente com o caso. Segundo o inquérito, o assassinato foi motivado por grilagem de terras que eram de interesse de milicianos ligados aos Brazão na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

O PT está rachado sobre punições cabíveis a Washington Quaquá. Uma ala da sigla defende a expulsão do dirigente. Contudo, outros filiados avaliam que o afastamento do prefeito da vice-presidência da sigla seria suficiente.

O trâmite do conselho de ética do PT costuma ser demorado. De todo modo, depende de um aval da maioria da executiva nacional, que está prestes a ser renovada por meio de uma eleição interna, que ocorrerá em julho.


Revista Oeste, com informações da Agência Estado

Via Revista Oeste

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