A Anfavea, entidade que representa as montadoras de veículos no Brasil, solicitou o adiamento do desligamento das redes 2G e 3G no país.
A associação, em participação na consulta pública que trata do tema, informou que uma parte relevante dos veículos conectados no país ainda utiliza essas redes.
Segundo ela, 19,81% dos veículos conectados no país contrataram os serviços de conectividade oferecidos pelas montadoras.
Entre os dados divulgados sobre as redes estão:
Tecnologia 2G:
- Total de veículos em circulação com a tecnologia: 641.316
- Total de veículos com assinaturas ativas pelas montadoras: 87.781
Tecnologia 3G:
- Total de veículos em circulação com a tecnologia: 491.761
- Total de veículos com assinaturas ativas pelas montadoras: 158.956
Tecnologia 4G:
- Total de veículos em circulação com a tecnologia: 1.227.181
- Total de veículos com assinaturas ativas pelas montadoras: 998.429
(*Também operam em 2G/3G, segundo o portal Telesintese.)
Mesmo após a migração para um novo padrão tecnológico, os padrões antigos permanecem em operação em veículos no campo devido à dependência tecnológica.
Isso inclui o comprometimento das montadoras em disponibilizar peças de reposição e manutenção para os serviços conectados por um extenso período.
Sobretudo, a Anfavea também demonstra grande preocupação sobre possíveis ações judiciais em caso de descontinuidade dos serviços.
A Portaria/Normativa resultante desta Tomada de Subsídios deve incluir o direcionamento de como a questão da dependência tecnológica deverá ser tratada pelas empresas para evitar ações coletivas ou individuais dos consumidores
Com base nisso, a associação propõe que o desligamento completo das redes 2G e 3G só aconteça após a chegada do 4G e do 5G a todas as cidades e após ampliação da cobertura nas estradas.
Ou seja, isso significa esperar até 2029, em linha com as regras do leilão do 5G.
Responsabilidade do consumidor
Além disso, a Anfavea também sugere que a responsabilidade sobre a troca dos equipamentos dos veículos seja apenas do consumidor, e não das fabricantes dos equipamentos de telecomunicação.
Nesse sentido, a seu ver, o custo dessa substituição é alto, pois envolve mexer no sistema elétrico do veículo todo, não apenas no rádio ou na atualização de software.
Por fim, a Anfavea defende que a Anatel regulamente o uso do VoLTE à regulamentação SMP, em aplicações M2M/IoT de modo que serviços de voz operem em 4G ao invés de usarem 3G.
Dessa forma, serviços legados no 2G e 3G, como SMS e voz por comutação por circuito, sejam suportados no 4G e 5G nas suas tecnologias atuais via IP.