A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acendeu o sinal de alerta sobre o cenário do setor elétrico no segundo semestre. O diretor-geral da agência, Sandoval Feitosa, declarou que a escassez hídrica e o aumento dos custos de geração pressionam o setor elétrico.
Sandoval afirmou que, com as isenções criadas por medida provisória, cresce o risco de acionamento da bandeira tarifária vermelha até o fim do ano.
Os reservatórios do país operam com armazenamento inferior a 71%, abaixo dos 75% registrados em igual período de 2024. Apesar do nível ainda ser considerado seguro, a Aneel vê o cenário com cautela.
A possível adoção da bandeira tarifária vermelha representa custo adicional para os consumidores e compromete o planejamento das famílias.
Durante o Fórum Setorial Energia 2025, o diretor-geral argumentou que o sistema poderá operar entre os patamares amarelo e vermelho, dependendo do comportamento climático nos próximos meses.
Além da seca, outro fator de pressão vem da Medida Provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que amplia a faixa de isenção na conta de luz para consumidores de baixa renda.
A medida pode beneficiar até 60 milhões de brasileiros. No entanto, segundo a Aneel, impacta diretamente o equilíbrio financeiro do setor.
A Aneel cobra espaço no Congresso para se manifestar
Diante do novo cenário, Sandoval iniciou conversas com parlamentares. Ele quer que a agência reguladora participe ativamente da discussão sobre os impactos das isenções e defina como vai compensá-las no sistema.
“Estou falando com diversos parlamentares porque quero ter a certeza que a Aneel será ouvida nesse processo”, disse o diretor-geral.
Ele também comentou a possível volta do horário de verão, um tema recorrente nos debates sobre economia de energia.
Para ele, a decisão cabe ao governo federal, que deve considerar não apenas critérios técnicos, mas também efeitos econômicos e políticos, principalmente para os setores de turismo e comércio.