Conforme notícia publicada nesta segunda-feira, 2, pelo site UOL, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, convenceu o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a retardar a compra de 36 tanques blindados fabricados por Israel.
O Exército brasileiro investe em um programa de modernização de sua infantaria mecanizada desde 2017. A licitação internacional foi vencida pela empresa israelense Elbit Systems. Contudo, o ex-chanceler influenciou o presidente Lula a postergar o fechamento do negócio.
Amorim teria usado como argumento as críticas que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez a Lula por ocasião da crise no Oriente Médio, quando chamou Lula de “persona non grata“.
A crítica de Netanyahu se deveu ao comentário de Lula, que, à época do conflito, comparou o revide de Israel, ao grupo terrorista Hamas, a um novo Holocausto.
Na visão do ex-chanceler, principal conselheiro de Lula para assuntos internacionais, não faz sentido seguir com negociações com um país que destrata seu principal líder.
Amorim desagrada Exército
A suspensão do negócio deixou o Exército descontente. O equipamento israelense foi considerado tecnicamente muito superior aos concorrentes. A compra das armas de guerra, chamadas de viaturas blindadas de combate obuseiro, está avaliada em R$ 1 bilhão.
A aquisição é essencial para o Programa Forças Blindadas, pois deixaria o Brasil na liderança da infantaria nas Américas, atrás apenas dos Estados Unidos.
A implementação do programa no Brasil necessita de uma série de mudanças nos processos do Exército. Isso inclui treinamentos da tropa e nova doutrina de operação de uma série de blindados. A interrupção da compra, portanto, atrasa o cronograma e compromete a modernização da frota.
O impasse sobre a compra dos blindados se arrasta desde abril e fez o ministro da Defesa, José Múcio, entrar no circuito para tentar convencer Lula a deixar de lado as críticas de Netanyahu.