quinta-feira, julho 4, 2024
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Amigo do motorista do Porsche que causou morte segue na UTI

O amigo do condutor da Porsche, que, no dia 31 de março, colidiu contra o Renault Sandero e matou um motorista de aplicativo, segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de uma unidade do Hospital São Luiz. Marcus Vinicius Rocha, de 22 anos, está em coma induzido e passou por cirurgia que retirou o seu baço.

O motorista do aplicativo, Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, morreu naquele dia ao dar entrada no hospital. E, neste sábado, 6, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Fernando Sastre de Andrade Filho, que conduzia o veículo de luxo

Marcus Vinícius, de acordo com a CNN, estava no banco do passageiro quando o condutor do veículo de luxo, avaliado em R$ 1 milhão, causou o acidente, ocorrido na Avenida Salim Farah Maluf, na zona leste paulistana, na madrugada daquele domingo 31. O motorista Ornaldo chegou a ser socorrido, mas morreu por traumatismos múltiplos.

Familiares de Marcus Vinicius afirmaram que o rapaz está “entubado e em coma induzido na UTI”. Ele teve quatro costelas quebradas e passou por uma cirurgia para retirada do baço (órgão que fica acima do abdome). Segundo pessoas próximas à família, não há previsão de alta.

O Hospital São Luiz disse não ter autorização para passar informações sobre o quadro clínico do paciente.

Fernando Sastre e Marcus Vinicius estavam em uma casa de pôquer, acompanhados de suas namoradas, antes do acidente.

A companheira de Marcus Vinícius, Juliana Simões, afirmou em depoimento à polícia que os dois casais haviam tomado alguns drinques na hora do jantar em um restaurante no Jardim Anália Franco por volta das 21h30. Os quatro, então, foram para a casa de pôquer, onde, segundo imagens das câmeras de segurança, chegaram por volta das das 23h35.

Juliana afirmou que o empresário estava “um pouco alterado”, mas não lembra se ele bebeu no estabelecimento. Segundo ela, os demais integrantes do grupo tentaram convencê-lo a não dirigir. Eles teriam combinado, então, que Marcus Vinícius acompanharia o amigo na Porsche.

As duas mulheres seguiram os namorados em um Audi Q5, mas Sastre acelerou e elas perderam a Porsche de vista. Juliana relata que ligou para o namorado, que falou que tinham sofrido um acidente, no caso a colisão contra a traseira do Renault Sandero de Ornaldo Viana.

Imagens mostram a violência da colisão

Porsche - Fernando Sastre
Porsche estava muito acima da velocidade e colidiu de forma violenta Foto: Reprodução/YouTube

Pelas imagens captadas pelas câmeras de segurança, lembra a CNN, é possível perceber a violência da colisão. O carro estava em uma velocidade muito acima da máxima permitida, que é de 50 km/h. No choque, os dois carros vão para o canteiro da avenida, Um deles bate no poste de luz, o que provoca a queda imediata de energia elétrica no quarteirão.

Em depoimento à polícia, Sastre disse que dirigia o Porsche “um pouco acima” do limite de velocidade, mas não precisou a velocidade exata; e negou que estivesse sob efeito de drogas ou bebidas alcóolicas. Internado, Marcus Vinicius não pôde ser ouvido ainda pela polícia.

A Polícia Civil, segundo a CNN, indiciou Sastre por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar, lesão corporal ao companheiro de veículo e fuga do local do acidente.

No dia, a Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão temporária por considerar que não havia elementos suficientes para isso. Agora ele está preso preventivamente.

Estão sendo investigadas também, pela Polícia Civil, as razões para os policiais militares que atenderam à ocorrência terem liberado o empresário do local do acidente. Ele se apresentou às autoridades quase 40 horas depois do episódio.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ouvidor Claudio Silva disse que a Ouvidoria da Polícia Civil acionou a Corregedoria da Polícia Militar ainda na segunda-feira, 1, para apurar a conduta dos PMs.

No boletim de ocorrência, policiais que atenderam o caso disseram que a mãe de Sastre compareceu ao local. Eles argumentaram que ela lhes falou que levaria o filho ao Hospital São Luiz, no Ibirapuera, zona sul, para tratar de um ferimento na boca.

No momento em que os agentes foram ao hospital para fazer o teste do bafômetro e colher a versão dele do acidente, não encontraram nenhum dos dois.

Para a advogada de Sastre, Carine Acardo Garcia, há “um linchamento” contra seu cliente. “O que está se criando é uma disputa entre classes que não existe, não deveria existir. O que aconteceu foi uma fatalidade”, afirmou a defensora. “Existem as circunstâncias em que uma pessoa pode assumir o risco? Existem, mas a Justiça vai ver se foi o caso ou não.”

Via Revista Oeste

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