O Itamaraty disse, nesta terça-feira (6), que recebeu com “profunda consternação” a notícia da morte do ex-presidente do Chile Sebastián Piñera, e o chamou de “amigo do Brasil”.
“Pìñera presidiu o Chile por duas vezes, de 2010 a 2014 e de 2018 a 2022. Em seus dois mandatos, foi um amigo do Brasil e trabalhou de modo contínuo pela intensificação das relações bilaterais”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
O governo brasileiro estendeu aos familiares de Piñera e a população do Chile “os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pela irreparável perda”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que está “surpreso e triste” com a morte do ex-líder chileno.
“Convivemos, trabalhamos pelo fortalecimento da relação dos nossos países e sempre tivemos um bom diálogo, quando ambos éramos presidentes, e também quando não éramos. Muito triste seu falecimento de forma tão abrupta”, expressou o chefe do Executivo brasileiro.
Sebastián Piñera morreu aos 74 anos neste terça em um acidente de helicóptero, segundo informou o governo local e sua equipe. A aeronave caiu no Lago Ranco, no sul do Chile. Outras três pessoas ficaram feridas.
Segundo as autoridades, o acidente aconteceu às 14h57, no horário local, no Lago Ranco. O helicóptero seria de propriedade privada.
Piñera tem uma casa na região rural onde aconteceu a queda, que usava durante as férias. Ele voltava de um almoço na casa do empresário José Cox.
O empresário governou o país duas vezes: entre 2010 e 2014; e entre 2018 e 2022.
Piñera foi candidato da coalizão de centro-direita Chile Vamos, vencendo as eleições presidenciais no país sul-americano pela segunda vez em 2017.
Engenheiro comercial com pós-graduação em Economia na universidade de Harvard, foi considerado um dos maiores empresários do Chile.
Foi docente de várias universidades e consultor de organizações como Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial.
Em 1976, trabalhou em um projeto para a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Piñera começou a carreira política como senador, em 1990. Em 2006, disputou a Presidência, ano que Michelle Bachelet ganhou as eleições.
Quatro anos depois, foi Bachelet quem entregou a faixa presidencial a Piñera. Seu governo foi o primeiro de centro-direita eleito democraticamente desde 1958, segundo informações da CNN Espanhol.
Em 11 de março de 2010, assumiu um Chile destruído por um terremoto que deixou mais de 500 mortos e muito prejuízo. Meses depois, também houve o resgate dos 33 mineiros de Copiapó, que ficaram 70 dias presos.
Sua popularidade passou por momentos críticos durante o primeiro governo, em parte por protestos estudantis, que demandavam mais acesso ao sistema educacional do país.
Ao fim do primeiro mandato, tinha 50% de aprovação, segundo uma consultoria. Analistas avaliaram que esse nível se deu pela diminuição do desemprego e recuperação da economia, por exemplo.
Com o lema “Tempos Melhores”, tinha a redução do desemprego, crescimento econômico e melhora da qualidade de vida da classe média entre as propostas para o segundo mandato. Venceu a disputa eleitoral em dezembro de 2017.
Entre 2019 e 2020, o Chile viveu intensos protestos, que começaram contra a alta tarifa do metrô e se desenvolveram na luta por uma nova Constituição, pois a atual remonta à ditadura de Pinochet.
Em 2020, um plebiscito decidiu que uma nova Constituição deveria ser redigida. Entretanto, em 17 de dezembro de 2023, uma nova consulta pública rejeitou a proposta de Carta Magna.
Piñera se casou em 1973 com Cecília Morel e teve quatro filhos.
*Com informações da CNN Chile e CNN Espanhol
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