Plano A do Cruzeiro para assumir o time na próxima temporada, o técnico argentino Fernando Gago é adepto de um estilo de jogo parecido ao implantado no clube por Paulo Pezzolano, em 2022, e que teve continuidade com Pepa, em 2023. Aos 37 anos, o jovem comandante passou apenas por Aldosivi, em 2021, e Racing, de 2021 a 2 de outubro deste ano. E quais são as marcas principais do ‘estilo Gago’?
O apresentador Hernán Coccimiglio, dos programas Esto es Racing e Desde el Cilindro, da Rádio Racing, detalhou o perfil de Gago que poderá ser adotado no Cruzeiro caso a negociação tenha um desfecho positivo.
O esquema preferido
De acordo com Coccimiglio, Fernando Gago tem o esquema 4-3-3 como preferido. “Ele joga com quatro jogadores atrás, três meio-campistas e três atacantes, sendo dois extremos e um centroavante, o 9 tradicional. Às vezes ocorre de jogar com cinco homens atrás, sendo três zagueiros, mas predomina o 4-3-3”, destacou.
Utiliza o camisa 10 clássico?
O apresentador da Rádio Racing chamou a atenção que Gago não costuma atuar com o clássico camisa 10. “Geralmente é um volante de maior marcação ao centro e dois meias, um pela direita e outro pela esquerda. Nesse modelo, ele não utiliza um armador mais clássico, com mais liberdade”, agregou Hernán Coccimiglio.
Pontos positivos
Na passagem pelo Racing, o trabalho de Gago se notabilizou pela ofensividade e pela intensidade na marcação alta, principalmente em 2022. “Era um time que se jogava ao ataque e fazia muitos gols no primeiro ano completo de trabalho. Em geral, era uma equipe criativa, que gerava muitas situações de gol. Meias e atacantes sempre marcavam. A formação principal tinha essa marca”, lembra o jornalista.
Pontos negativos
Já a grande deficiência de todo o trabalho de Gago no Racing, destacou Hernán Coccimiglio, era a fragilidade defensiva de sua equipe. Por se jogar à frente, o time não tinha consistência na marcação. Isso gerou muitas críticas da torcida e teve influência direta em sua saída do clube, no começo de outubro deste ano.
“O Racing, do Gago, nunca marcou bem. Criava e atacava bem, mas era desorganizado atrás. Levava muitos gols de contragolpe e de bolas paradas, como escanteio e tiros livres. Este ano, principalmente, parecia um time partido em dois. Atacava bem e defendia mal. Isso gerou muitas críticas da torcida”, disse Hernán.
Rodízio ou time-base?
Como muitos técnicos argentinos, Fernando Gago costuma fazer alterações nos 11 iniciais de um jogo para o outro, sempre com base no adversário que vai enfrentar.
“Em geral, seis ou sete jogadores formam a sua base. Mas é comum ele fazer duas ou três mudanças em jogadores de linha. Depende sempre do adversário. Ele conta com todos os jogadores do elenco”, concluiu o apresentador argentino.
Setorista do Olé faz avaliação idêntica
A análise de Hernán Coccimiglio sobre Fernando Gago coincide totalmente com a avaliação de Nicolás Montalá, setorista do Racing no jornal Olé, da Argentina.
“Gago é um técnico de grande vocação ofensiva, amante do protagonismo, da posse de bola, do trato da bola. Suas equipes ocupam o campo do rival em qualquer lugar e pressionam no ataque com intensidade. Seu esquema favorito é o 4-3-3. Costuma utilizar os extremos com perfil trocado (canhoto pela direita e destro pela esquerda). Os laterais avançam constantemente. Os zagueiros jogam no círculo central. Mas o time do Gago se arrisca muito e isso expõe sua defesa. O estilo dele requer zagueiros muito velozes para cobrir os espaços. Em 2022 o time foi muito bem, mas, em 2023, não. O Racing este ano teve uma das defesas mais vazadas”.
Números da carreira de Fernando Gago como técnico
Fernando Gago no Aldosivi
2021
Fernando Gago no Racing
2021
2022
2023