O artigo científico intitulado “Mortalidade materna no Nordeste do Brasil, 2009-2019: distribuição espacial, tendência e fatores associados” foi o vencedor do Prêmio RESS Evidência 2024. O trabalho foi desenvolvido pela aluna Taynara Lais, sob orientação da professora Thatiana Maranhão, do curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).
Instituído em 2012, o prêmio reconhece anualmente o melhor artigo original publicado na revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS), com o objetivo de incentivar a produção científica em epidemiologia e fortalecer as ações de saúde pública no Brasil. A Uespi concorreu com artigo fruto da pesquisa liderada pela professora Thatiana Maranhão com as egressas Ianne Vitória e Taynara Silva, coautora e que apresentou o trabalho na sua versão final em uma sessão on-line no dia 2 de outubro de 2024, durante o Ciclo de Estudos da Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS).
O trabalho premiado analisou a mortalidade materna no Nordeste brasileiro ao longo de uma década, identificando padrões de distribuição e tendências regionais. Ao levantar dados sobre os fatores associados à mortalidade materna, a pesquisa oferece informações essenciais para políticas públicas que visem reduzir esses índices na região, contribuindo diretamente para a melhoria da saúde materna.
A conquista foi celebrada quando Taynara Lais recebeu, nesta semana, um contato oficial do Ministério da Saúde confirmando a premiação e o convite para apresentar os resultados no Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que acontece de 24 a 27 de novembro,
no Rio de Janeiro. A viagem será custeada pelo Ministério da Saúde, e Taynara representará o Piauí, levando a bandeira da Uespi e dando visibilidade nacional ao trabalho científico da universidade.
Para a discente, representar o Piauí no Congresso Brasileiro de Epidemiologia é uma experiência de grande realização e orgulho. Ela vê nos resultados de sua pesquisa uma oportunidade de gerar impacto significativo na saúde pública brasileira. “Apesar da redução, a mortalidade materna na região Nordeste do Brasil ainda persiste como um grave problema de saúde pública”, afirmou. Segundo ela, o estudo não apenas chama atenção para essa questão urgente, mas também indica “áreas prioritárias para o direcionamento de ações” e reforça a necessidade de fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) como um passo essencial no combate a essa realidade.
Para a professora Thatiana Maranhão, discutir a mortalidade materna na formação dos alunos de Enfermagem é essencial, especialmente em cursos voltados para a realidade brasileira. “Falar sobre mortalidade materna para alunos de graduação em Enfermagem é uma necessidade urgente, visto que consiste em um problema característico de locais mais pobres e uma parte considerável desses óbitos poderia ser evitada”, afirmou. Segundo ela, compreender a mortalidade materna vai além de uma abordagem técnica; é uma questão de justiça social e compromisso com a saúde pública, uma vez que muitos desses casos ocorrem em comunidades vulneráveis onde o acesso a cuidados adequados é limitado.
Com essa conquista, a Uespi reafirma seu compromisso com a produção de conhecimento voltado para o desenvolvimento de soluções em saúde pública, demonstrando como a pesquisa acadêmica pode contribuir diretamente para políticas de vigilância, prevenção e controle de doenças no Brasil.