Um evento astronômico raro próximo de acontecer vai, certamente, despertar a curiosidade dos apaixonados pela observação do céu. Na sexta-feira (28), todos os planetas do Sistema Solar — Terra, Marte, Vênus, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Mercúrio — vão se alinhar e poderão, na ausência de nuvens e outros obstáculos, ser vistos a olho nu e sem a necessidade de instrumentos ópticos.
O processo de alinhamento já vem sendo formado desde janeiro, mas vai atingir o seu auge no dia 28, com a chegada de Mercúrio à mesma linha de visada dos demais planetas. O alinhamento está relacionado com a velocidade com que os astros giram em torno do Sol. A Terra, por exemplo, leva um ano (365 dias) para completar uma volta, enquanto Júpiter, leva 12.
O fenômeno significa que os planetas vão estar todos como se fossem alinhados, próximos um do outro e com a possibilidade de serem vistos todos juntos no horizonte e em um mesmo horário.
“Óbvio que eles só vão estar aparentemente próximos, já que eles estão a distâncias muito diferentes da Terra, mas vão estar na mesma linha de visada, então vai ser possível observá-los no céu, em uma mesma direção”, diz Roberto Costa, professor do Departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).
Por isso que esse fenômeno é considerado muito raro, diz Costa. Para acontecer, ele explica, é necessário que todos os planetas — que possuem velocidades diferentes — consigam se posicionar em sua respectiva órbita a ponto de estarem em uma mesma linha. “É difícil que ocorra essa coincidência”, afirma o especialista.
Ele dá uma dimensão dessa raridade: “Para os planetas se alinharem da mesma forma, no mesmo arranjo que estão agora, isso só vai acontecer daqui a mais ou menos quatro séculos, lá para o final do século 25”. O que não significa que outros alinhamentos, com os planetas em posições diferentes, não possam acontecer neste tempo. “Para repetir este arranjo de posições sim (vai levar quatro séculos), mas outros alinhamentos tão ou mais bonitos ocorrerão”, diz.