Diante da escalada da crise provocada pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito da guerra na Faixa de Gaza, aliados passaram a defender nos bastidores que ele avalie falar publicamente sobre o assunto mais uma vez.
A ideia, segundo aliados ouvidos pela CNN, não é recuar das declarações, mas sim contextualizá-las. Lula resiste a um pedido de desculpas, mas a tese é que o presidente poderia falar em situação informal, como, por exemplo, respondendo a perguntas de jornalistas.
O objetivo, afirmam, seria tirar a munição do governo de Benjamin Netanyahu, que, na visão de petistas, distorce a fala de Lula para sair do isolamento e desviar o foco das mortes em Gaza.
O presidente, no entanto, ainda não tomou uma decisão, segundo assessores do governo. Ele deve amadurecer o assunto nos próximos dias, diante do cenário político.
A proposta também tem ganhado força no Palácio do Itamaraty, como uma forma de baixar a pressão das críticas do governo israelense, bem como evitar que Israel siga explorando politicamente o episódio.
Uma alternativa para essa nova declaração seria reforçar a gravidade do episódio histórico na Alemanha Nazista. Segundo relatos feitos à CNN, o reconhecimento da gravidade do Holocausto teria o apoio da cúpula do Senado Federal, incluindo petistas como o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Diferentemente do que ocorria no início da semana, perdeu força nos bastidores do governo e do PT a tese de que Lula fez um movimento totalmente calculado ao mencionar Adolf Hitler.
“Lula também erra, faz parte”, admitiu um aliado do presidente, sob reserva. Ainda assim, a ordem é sustentar as críticas do presidente a Israel.
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