sexta-feira, novembro 22, 2024
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Alguns dinossauros eram de sangue quente; entenda

O nome “dinossauro” significa “lagarto terrível” e, não por menos, as criaturas pré-históricas foram associadas aos animais de sangue-frio. Um novo consenso na ciência diz que não é bem assim: apesar de alguns dinossauros realmente terem sangue-frio, outros eram de sangue quente e sobreviveram nos polos há alguns milhões de anos.

Dinossauros de sangue quente

Segundo o IFLScience, os dinossauros podem ter sido um dos primeiros animais com capacidade de regular a temperatura corporal interna, há cerca de 180 milhões de anos (os mamíferos são mais antigos que isso).

A ideia de que todas essas criaturas tinha sangue-frio foi colocada em xeque com evidências de dinossauros que viveram perto dos polos, algo que lagartos, por exemplo, nunca conseguiram.

Agora, há um novo consenso na comunidade científica: algumas dessas criaturas eram de sangue-frio e outras, endotérmicas (ou de sangue quente), capazes de absorver calor e regular a temperatura corporal.

No entanto, os dinossauros ancestrais que conhecemos popularmente são de sangue-frio. Então, quando surgiram os de sangue quente?

(Imagem: ChristianMR/PxHere)

Linha do tempo

Há diferentes ramos dentro da nomenclatura “dinossauro”. Algumas, como os saurópodes (que engloba espécies como o braquiossauro e o diplodoco), nunca foram encontradas em regiões frias e são descartadas na análise evolutiva das espécies de sangue quente.

Já os terópodes e ornitísquios, dois dos principais ramos dos dinossauros, apareceram em regiões frias. No entanto, o catalisador para a adaptação para endotermia pode ter sido o contrário do frio.

Segundo o Dr. Alfio Alessandro Chiarenza, da University College London, em comunicado, as preferências climáticas dos grupos surgiram há cerca de 183 milhões de anos, diante de um cenário de atividade vulcânica intensa que levou ao aquecimento global e à extinção de algumas plantas.

Nessa época, surgiram novos grupos de dinossauros, como os terópodes e ornitísquios, que aderiram à endotermia como resultado da crise ambiental. Isso permitiu que eles vivessem e reproduzissem em ambientes mais frios.

Reconstrução artística de um dromeossauro na neve, espécie que precisou de endotermia para sobreviver ali (Imagem: Davide Bonadonna/Universidade de Vigo/UCL)

Tiranossauro rex: dinossauro de sangue quente?

  • Os famosos T-rex e os Velociraptores são dinossauros do grupo dos terópodes, que evoluíram para ter sangue-frio. No entanto, isso não significa que eles, especificamente, tenham tido essa característica;
  • A co-autora do estudo junto de Chiarenza, Dra. Sara Barela, da Universidade de Vigo, lembrou que há aves nesse mesmo grupo e que a habilidade de regular a temperatura possa ter surgido na mesma época que os dinossauros, para então evoluir;
  • E há algumas explicações do porquê os saurópodes não evoluíram da mesma forma: o hábitat deles era em pastagens relativamente áridas, que não costumavam ser frias. Outro motivo é a migração dos predadores dos outros grupos para os polos (quem iria atrás do inimigo?);
  • Há evidências de que os saurópodes chegaram a explorar regiões dos polos, mas em períodos mais quentes, que não exigiram a adaptação ao frio como naquele momento.

Via Olhar Digital

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