domingo, novembro 24, 2024
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Alexandre de Moraes decide investigar troca de mensagens entre ex-assessor do TSE e juiz auxiliar

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu investigar as mensagens trocadas entre Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e Airton Vieira, juiz auxiliar na Suprema Corte. O inquérito foi aberto na última segunda-feira, 19.  

Recentemente, o ministro recebeu apoio do presidente do STF, Luís Roberto Barroso; e do decano da Corte, Gilmar Mendes. No mesmo dia, Moraes afirmou que “nenhuma das matérias preocupa” seu gabinete e que tudo está documentado. 

A ação de Moraes fez a Polícia Federal (PF) intimar Eduardo Tagliaferro para depor, na quinta-feira 22, em São Paulo.

Quem é Eduardo Tagliaferro, que agia a mando de Moraes em ações contra aliados de Bolsonaro
Eduardo Tagliaferro é ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) | Foto: Reprodução/Redes sociais

Advogado de Tagliaferro diz estar surpreso com a decisão de Alexandre de Moraes 

Eduardo Kuntz, advogado de Tagliaferro, enviou um ofício a Moraes. Ele afirma estar surpreso com a investigação e convocação para o depoimento.

Além disso, o advogado solicitou “acesso total e irrestrito aos elementos de informação” do procedimento. Ele alegou que, sem isso, o processo poderia ser prejudicado.

As ordens solicitadas pelo ministro e seus assessores a Tagliaferro eram informais. As mensagens mostram que os assessores de Moraes estavam cientes dos riscos dessa informalidade.

Quem é Airton Vieira, juiz que por ordens de Moraes pediu relatórios ao TSE
Airton Vieira assinou decisões confidenciais no chamado Inquérito das Fake News | Foto: Reprodução/Youtube

Em um dos áudios, Airton Vieira afirma que, “formalmente, se alguém for questionar, vai ficar uma coisa muito descarada”. “Como um juiz instrutor do Supremo manda [um pedido] para alguém lotado no TSE e esse alguém, sem mais nem menos, obedece e manda um relatório, entendeu? Ficaria chato.”

As mensagens ainda revelam que o órgão de combate à desinformação do TSE foi usado para abastecer o Inquérito das Fake News. Um policial militar no gabinete de Moraes solicitou à assessoria informações sobre uma pessoa que faria uma obra na casa do ministro — uma questão fora do escopo do órgão.

Em outro episódio, Moraes usou o órgão para levantar dados e produzir relatórios contra manifestantes que insultaram ministros do Supremo durante um evento privado em Nova York (EUA).

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Via Revista Oeste

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