O mundo da gastronomia está de olho no Rio de Janeiro. Isso porque acontece hoje (28), no hotel Copacabana Palace, a cerimônia de premiação dos 50 melhores restaurantes da América Latina, um braço regional do The World’s 50 Best Restaurants.
Ontem as atividades oficiais do evento começaram com o #50BestTalks que trouxe o tema “O poder de uma refeição” com palestras de grandes nomes do setor. Alex Atala, um dos principais difusores da gastronomia brasileira no mundo e nome à frente do Grupo D.O.M., abriu a manhã de debates e jogou luz na necessidade de uma mudança cultural para que se valorize os produtores locais e artesanais, como se valorizam os importados.
Alex começou a sua palestra com a frase “Uma grande mudança cultural não começa sem educação” e esse foi o gancho para a sua curta palestra sobre a importância de conhecermos, divulgarmos e valorizarmos os produtos e produtores locais.
“Nós somos um país de enorme biodiversidade. Mais que isso, somos um país gigante em sociobiodiversidade. Estas palavras faladas não têm valor, mas quando a gente come, elas ganham valor.”
E ainda completou com “A gastronomia sempre foi o poder da união, a comida é congregação. É amor no sentido stricto sensu da palavra. É dar de comer, é dar o seu melhor. Na agricultura de larga escala podem existir sequelas socioambientais que algumas vezes me colocam contra esse sistema, mas a guerra não é a melhor saída, devemos unir forças.”
E uma das maneiras propostas para unirmos forças é que na hora que o consumidor for ao mercado, escolha o pequeno produtor. Que entenda que o valor, muitas vezes mais alto, tem um motivo.
“Vejo muitos consumidores que chegam na prateleira do supermercado e dizem: ‘esse azeite brasileiro é mais caro que o que veio de fora, então vou comprar o importado’, disse Atala. Mas, sim, pague mais caro por um queijo brasileiro, por um vinho brasileiro. Grandes ingredientes na Europa não são produzidos por grandes indústrias e sim por pequenos artesãos”.
Existe uma mudança cultural que nós precisamos. É o ato de trocar o individual a favor do coletivo. Sem união, não haverá valor, encerrou o chef.
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