O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, gerou despesas de R$ 3,2 milhões em viagens pelo Brasil em 2024. O valor quase duas vezes superior aos R$ 1,8 milhão gastos por Lula. Alckmin concentrou suas visitas em São Paulo, o que custou R$ 1,7 milhão em 15 cidades, e em outros dez municípios de diferentes Estados. Alguns desses deslocamentos não possuíam agenda oficial.
Os gastos do vice-presidente e do presidente com viagens superam os valores reportados no Portal da Transparência, que apenas inclui custos de diárias e passagens da equipe de apoio, de acordo com o jornal Gazeta do Povo. Despesas com aluguel de veículos, hospedagem, alimentação e extras não são divulgadas por razões de segurança.
Detalhamento das despesas em viagens
Alckmin viajou para Pitangueiras em 19 de janeiro para a inauguração de uma estação de tratamento de esgoto, com despesas de R$ 88 mil para 23 membros da equipe de apoio.
Em 22 de março, foi de Rio de Janeiro a Andradina para abrir o Centro de Hemodiálise Thomaz Rodrigues Alckmin. Foram R$ 130 mil para uma equipe de 32 pessoas. A comitiva se deslocou de carro para o aeroporto de Três Lagoas e retornou a São Paulo.
Entre 3 e 5 de abril, Alckmin esteve em Pindamonhangaba, conforme o Portal da Transparência. Em 4 de abril, viajou de Brasília para São Paulo sem compromissos na capital, e em 8 de abril, retornou a Brasília, também sem agenda oficial.
Em 26 de janeiro, após uma agenda em Viadutos para o lançamento da Pedra Fundamental de uma Usina de Etanol, Alckmin voou de Passo Fundo para São Paulo às 17h, sem compromissos oficiais subsequentes.
Viagens e eventos sem registros oficiais
De 12 a 13 de março, uma viagem de Alckmin ao Rio de Janeiro com 13 seguranças e assessores custou R$ 130 mil. Conforme a Gazeta do Povo, houve R$ 18 mil em despesas extras, sem registro oficial dessa viagem.
Já no dia 20 do mesmo mês, Alckmin esteve em Curitiba por 3 horas para um encontro, o que custou R$ 140 mil para 28 seguranças e assessores. Uma viagem ao Rio em 22 de março saiu por R$ 146 mil, e outra em 26 de janeiro a Florianópolis, por R$ 133 mil.
Alckmin também participou de eventos com o presidente Lula, como em 15 de março, em Porto Alegre e Lajeado, com custos de R$ 246 mil para o vice. Em 2 de fevereiro, ambos visitaram a fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo e anunciaram novos investimentos. Estiveram juntos em mais eventos, sempre em aeronaves separadas, por segurança.
Justificativas para as frequentes viagens
Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, justifica suas frequentes visitas a São Paulo por compromissos oficiais e encontros com líderes empresariais.
A Vice-Presidência esclareceu que as viagens de Alckmin seguem normas de segurança internacionais, com aeronaves da FAB usadas conforme a legislação e a necessidade, sempre de forma compartilhada para otimizar recursos.
Afirmou também desconhecer os critérios usados pela Gazeta do Povo para calcular os gastos de R$ 385 mil atribuídos à Vice-Presidência em 2024, destacando que a maior parte das despesas, os demais R$ 2,8 milhões, foi coberta pela Presidência.