Uma ala do PT está relutante em fornecer suporte financeiro para a campanha de Guilherme Boulos (Psol-SP) à Prefeitura de São Paulo, mesmo depois do compromisso do presidente Lula (PT) de apoiar a candidatura.
O desejo de Boulos e seu partido, o Psol, é que o PT contribua com cerca de R$ 40 milhões. O objetivo é atingir o limite legal de gastos de R$ 70 milhões. A legenda é a mesma de sua vice, Marta Suplicy.
Apesar do compromisso de Lula, a expectativa dentro do PT é que o aporte seja menor do que o solicitado por Boulos, pois pré-candidatos petistas de outras cidades também reivindicam recursos para suas campanhas.
O PT indicou que fará repasses a Boulos, mas o montante ainda não está definido. O aporte está condicionado ao apoio do Psol à candidatura de Rogério Correia (PT) à Prefeitura de Belo Horizonte.
Em reunião virtual na última segunda-feira, 8, o comando do PT decidiu não destinar recursos de seu fundo eleitoral a outros partidos nas eleições de 2024.
A resolução, que será encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), permite apenas a destinação de recursos a candidaturas de petistas a vice em cidades com mais de 100 mil habitantes, desde que aprovado pela Executiva Nacional do PT.
Essa decisão repetiu a proibição de 2020 e 2022, mas havia esperança entre os defensores da candidatura de Boulos de que uma exceção fosse feita em 2024, dada a importância da disputa em São Paulo para a esquerda. A esperança no Psol é que Lula intervenha em favor de Boulos para garantir um repasse maior.
A candidatura de Boulos
A eleição em São Paulo é vista como central para a preparação para 2026. A esquerda acredita que uma vitória contra o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) pode representar uma derrota para o grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em 2020, Boulos fez 20,2% dos votos e foi para o segundo turno, mas perdeu para Bruno Covas (PSDB). Atualmente, a pesquisa Datafolha mostra Nunes com 48% contra 38% de Boulos no segundo turno.
A estimativa é que o limite de gastos na eleição deste ano em São Paulo seja de R$ 67 milhões no primeiro turno. Em 2020, o teto foi de R$ 51,7 milhões no primeiro turno e R$ 20,7 milhões no segundo turno.
Conforme noticiou Oeste, o deputado federal psolista lidera o ranking de rejeição entre 11 pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo listados pelo instituto Paraná Pesquisas. Os dados foram divulgados em 25 de junho.
De acordo com o levantamento, 30,9% dos entrevistados afirmaram que, caso a eleição municipal fosse hoje, “não votariam de jeito nenhum” no psolista.
Com isso, Boulos é o líder isolado no quesito rejeição entre os eleitores da capital paulista. O segundo colocado nesse indicador é o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB), com 22,1%. A diferença entre os dois ultrapassa os limites da margem de erro da pesquisa, que é de 2,6 pontos porcentuais para mais ou para menos.
A lista de rejeição, conforme o levantamento do Paraná Pesquisas, segue com os seguintes pré-candidatos:
- Pablo Marçal (PRTB) — 21,5%;
- Ricardo Nunes (MDB) — 19,4%;
- Kim Kataguiri (União Brasil) — 13,3%;
- Tabata Amaral (PSB) — 11,5%;
- João Pimenta (PCO) — 10,7%;
- Marina Helena (Novo) — 9,5%;
- Altino Prazeres (PSTU) — 8,2%;
- Ricardo Senese (UP) — 7,6%; e
- Fernando Fantauzzi (Democracia Cristã) — 7,3%.