Nesse fim de semana, um grupo de agricultores do assentamento Pilão de Pedra, no município de Porto, no Piauí, esteve visitando as fazendas de hortaliças hidropônicas situadas nas cidades cearenses de Ibiapina e São Benedito, onde a cultura é bastante disseminada.
O cultivo hidropônico é uma técnica que consiste em cultivar plantas em ambientes protegidos, sem a utilização do solo, por meio de uma solução que contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Trata-se de um dos sistemas que mais cresce no país e, segundo especialistas, oferece vantagens tanto para o produtor quanto para o consumidor.
No Piauí, essa cultura, também, está se expandindo, tendo em vista que a produtividade dos cultivos hidropônicos é maior, já que os ciclos de produção são menores e há menos gastos com água, insumos agrícolas e mão de obra. Diante desse quadro, agricultores familiares estão buscando conhecer o sistema e implantar nos assentamentos, visando aumentar a produção e oferecer ao consumidor alimentos mais saudáveis e sustentáveis.
A visita técnica no Ceará foi acompanhada por Aldo Queiroz, gerente do escritório da Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada) em Porto.
“Estivemos sábado e domingo, com agricultores de Porto, visitando as fazendas dessas cidades cearenses para conhecer de perto a técnica utilizada no sistema. A ideia é incentivar os assentados motivar os agricultores a implantar sistemas parecidos aqui no Piauí. Principalmente, a partir dos recursos do Fomento Rural”, destacou Aldo, que chefiou a missão.
O sistema hidropônico de produção de hortaliça é um dos mais viáveis atualmente, tendo em vista que usa pouca água e tem uma produtividade muito alta. “Então, fizemos a visita técnica para que os agricultores conhecessem e pudessem ver se algum dos que vão receber o Fomento Rural, que é executado pela Sada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, possam implantar no assentamento Pilão de Pedra”, completou o técnico da Sada.
O Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais ou Programa Fomento Rural combina duas ações: acompanhamento social e produtivo e transferência direta de recursos financeiros não reembolsáveis, no valor de R$ 4,6 mil, para que as famílias rurais mais pobres desenvolvam seus projetos produtivos. O recurso é repassado em duas etapas, a primeira logo após apresentação do projeto onde ele será aplicado.
“Com essa articulação entre apoio técnico e financeiro, espera-se que as famílias beneficiárias possam se estruturar ou ampliar sua capacidade produtiva, de modo a aumentar ou diversificar a produção de alimentos e as atividades geradoras de renda, contribuindo para a melhoria da segurança alimentar e nutricional e a superação da situação de pobreza”, garantiu Aldo Queiroz.
Para receber o benefício, as famílias precisam estar inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), ser residentes no meio rural e estar em situação de pobreza (renda mensal até R$ 218 por pessoa da família). Em geral, são famílias da agricultura familiar ou de povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e extrativistas. Não há impedimento para uma família que recebe o Programa Bolsa Família (PBF) receber também o Fomento Rural, e ela não perde o benefício se for excluída ou suspensa do PBF.