Antes capitão e intocável no Vasco, Gary Medel pode estar vivendo seus últimos momentos no clube. O jogador não é visto como um atleta “de elenco” e se envolveu em diversas confusões internas, que minaram seu relacionamento com os companheiros.
A Itatiaia apurou que o jogador não é uma unanimidade no elenco. Muito pelo contrário. Desde o início da temporada, o camisa 17 vive com problemas no dia a dia, que culminaram até em agressão ao jovem Cauã Paixão, além de uma ríspida discussão com o ex-diretor de futebol, Alexandre Mattos.
Medel foi contratado no meio do ano passado e foi um dos símbolos da permanência cruzmaltina na Série A do Campeonato Brasileiro. Fontes no clube afirmam que o jogador nunca teve um bom relacionamento com os brasileiros do elenco. Ele sempre se juntou com os estrangeiros. Nem são todos.
Além disso, Medel estreitou seus laços, de forma pessoal, com Emiliano e Ramón Díaz. Ele foi liberado para resolver problemas pessoais e ficou quase duas semanas no Chile.
Mesmo ciente da gravidade do problema familiar que o capitão enfrentava, o tempo que ele foi liberado pela comissão incomodou alguns atletas. Muitos acreditavam que eram “dois pesos e duas medidas”. Ou seja, se fosse outro, talvez não ficasse tanto tempo longe.
Além disso, ao voltar ao Brasil, Medel já chegou entre os titulares na goleada sofrida para o Criciúma, no último dia 27. A derrota culminou com o pedido de demissão da comissão técnica argentina. O chileno foi um dos que tentou demovê-los da ideia.
Em janeiro, Medel chegou às vias de fato com o atacante Cauã Paixão, que atualmente está emprestado ao América-RN. O jogador agrediu primeiro o atacante, que não gostou e revidou.
O episódio não teve punição para Medel, e a diretoria, então sob o comando de Alexandre Mattos, entendeu que o jovem deveria ganhar mais rodagem e foi emprestado. O episódio incomodou outras lideranças do grupo. Depois, o mesmo Mattos bateu boca com o argentino no CT Moacyr Barbosa.
O fato de Medel ter um perfil fechado com os demais companheiros, atrapalhou o relacionamento do jogador no clube. A ideia, agora, é tentar que o zagueiro deixe o Vasco de forma amigável.
O contrato de Medel com o Vasco vai até o final do ano e tem um dos maiores vencimentos do plantel. Até a janela do meio do ano, a diretoria cruzmaltina espera conseguir um acordo pela saída.
Dos 41 jogos do Vasco sob comando de Ramón Díaz, por exemplo, ele atuou em 32, todos como titular. Com Rafael Paiva, em dois jogos, sequer entrou.
A diretoria acredita que a chegada de um novo técnico não deve mudar o panorama do chileno no clube. Dificilmente Medel voltará a ter prestígio dentro do Vasco.