sábado, julho 6, 2024
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África experimentou grande mudança climática há 5 mil anos

Há cerca de 5 mil anos, o deserto do Saara se expandiu e pastagens, florestas e lagos simplesmente desapareceram. A mudança na paisagem do norte da África obrigou que os humanos que ali viviam recuassem para as montanhas, oásis, e para vale e delta do Nilo. Segundo pesquisadores, esse pode ter sido o ponto de partida de uma das grandes civilizações do mundo: o antigo Egito.

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Período de transição climática na África

  • O estudo, publicado na revista Nature Communications, aponta que essa transição do mais recente “período úmido africano” para as atuais condições secas no norte da África durou de 15 mil a 5.500 anos.
  • Durante este espaço de tempo, o clima no local “oscilava” entre dois estados climáticos estáveis.
  • Esta é a primeira vez que é pesquisadores concluem que um fenômeno do tipo aconteceu no passado da Terra.
  • O trabalho sugere que locais com ciclos altamente variáveis de mudança climática hoje podem, em alguns casos, se encaminhar para pontos de inflexão próprios.
  • As informações são do ScienceAlert.
Pesquisadores colheram amostras de antigo lago africano (Imagem: NASA)

Alerta para mudanças climáticas futuras

Para investigar o que aconteceu no período, uma equipe internacional de cientistas visitou a bacia de Chew Bahir, no sul da Etiópia. O local abrigava um extenso lago no passado e hoje conta com depósitos de sedimentos, a vários quilômetros de profundidade.

Os pesquisadores conseguiram perfurar 280 metros abaixo do leito seco do lago e extraíram centenas de tubos de lama com cerca de 10 centímetros de diâmetro. Esse material contém informações químicas e biológicas vitais que registram os últimos 620 mil anos da história climática e ambiental da África Oriental.

Ao analisar os materiais coletados, os pesquisadores concluíram que no final do período úmido africano havia cerca de mil anos em que o clima alternava regularmente entre ser intensamente seco e úmido. No total, foram observadas pelo menos 14 fases secas, cada uma das quais durou entre 20 e 80 anos. Posteriormente, foram sete fases úmidas, de duração e frequência semelhantes. Finalmente, há cerca de 5.500 anos, o clima seco prevaleceu de vez.

Segundo os cientistas, essas flutuações úmidas e secas extremas de alta frequência representam uma acentuada oscilação climática. Eles afirmam que a conclusão é importante, já que se trata de uma transição natural e que ocorreu muito antes de os humanos terem qualquer influência sobre o meio ambiente.

Dessa forma, o estudo inédito pode servir de alerta para grandes mudanças climáticas no futuro. Identificar situações parecidas com o registrado no norte da África no passado pode ajudar a prever com maior antecedência as consequências das alterações climáticas mundiais.

Via Olhar Digital

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