sexta-feira, novembro 22, 2024
InícioInternacionalAfinal, quem vai governar a França?

Afinal, quem vai governar a França?

O segundo turno das eleições legislativas na França resultou na vitória do bloco de extrema-esquerda, embora sem alcançar a maioria absoluta necessária para governar sem contestação.

Logo no dia seguinte à votação, o primeiro-ministro do país, Gabriel Attal, apresentou sua demissão ao presidente francês Emmanuel Macron. No entanto, o premiê declarou estar disposto a permanecer no cargo até que um sucessor seja encontrado, devido à proximidade dos Jogos Olímpicos de Paris.

Nenhum calendário é, portanto, formalmente imposto a Emmanuel Macron, nem para que se peça demissão do atual governo, nem para nomear substitutos. O chefe de Estado anunciou no domingo, 7, que preferia “aguardar a estruturação da nova Assembleia Nacional para tomar as decisões necessárias, de acordo com a tradição republicana.”

Ainda, segundo o jornal francês Le Monde, um governo em minoria na Assembleia Nacional corre o risco de enfrentar uma moção de censura, que poderia ser apresentada na primeira sessão da nova Assembleia, prevista para o próximo dia 18 de julho.

Dada a nova composição parlamentar, com o bloco presidencial detendo apenas 168 dos 577 assentos, essa moção poderia ser aprovada, o que resultaria na queda imediata da gestão de Attal.

Como é escolhido o primeiro-ministro da França

Tecnicamente, o presidente tem o poder de nomear qualquer pessoa como primeiro-ministro, mas deve considerar a maioria dos deputados, pois um governo contrário a essa maioria pode enfrentar uma moção de censura.

Com isso, o presidente deve escolher um candidato que possa obter o apoio ou ao menos não ser rejeitado pela maioria dos deputados.

No entanto, nenhum grupo político conseguiu a maioria absoluta necessária de 289 assentos. A coligação de esquerda Novo Front Popular (NFP) tem 182 parlamentares, com o apoio potencial de mais 13 parlamentares de esquerda, resultando em uma maioria relativa de apenas um terço dos assentos.

Risco de bloqueio institucional na França

Dado esse cenário, o risco de um bloqueio institucional é real, segundo a publicação francesa. Sem um novo governo, nenhum texto legislativo pode ser aprovado.

As próximas negociações podem levar a diferentes cenários, incluindo a formação de uma coalizão que reúna mais de 50% dos deputados em apoio a um primeiro-ministro e um contrato de governo, como ocorre em outras democracias parlamentares, como Alemanha e Itália.

Há risco de nova dissolução do parlamento?

A hipótese de um retorno às urnas para esclarecer a situação política está, em princípio, excluída no futuro imediato.

De acordo com o artigo 12.º da Constituição da França, “não pode ser realizada nova dissolução no ano seguinte a estas eleições.”

A nova Assembleia Nacional deverá, portanto, se reunir até meados de 2025.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui