sábado, novembro 23, 2024
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Aeroporto de Porto Alegre completa um mês fechado

O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), completa um mês de fechamento nesta segunda-feira, 3. As operações foram interrompidas devido aos danos causados pela enchente histórica que atingiu o Estado.

Ainda há incertezas sobre o tempo e os recursos necessários para recuperar a pista e outras estruturas afetadas. No momento, a Fraport Brasil, responsável pelo aeroporto, evita estipular uma data para a retomada das operações.

A empresa afirma que uma avaliação completa dos impactos é necessária antes de definir prazos. Há uma vistoria marcada para esta segunda-feira.

Em entrevista à GloboNews no domingo, 2, o ministro Paulo Pimenta (PT), que lidera a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, disse que a inspeção visa criar um cronograma e entender o orçamento necessário para a retomada do aeroporto. Segundo ele, a população gaúcha “precisa de uma resposta”.

“A partir disso, sabendo desses números, temos de saber que despesas estão previstas e não estão no contrato originário [da concessão]”, afirmou. “Tudo aquilo que foge do escopo da concessão é uma despesa adicional que a concessionária não tem obrigação de custear e, evidentemente, que será o poder público, seja ele federal ou estadual. Vamos sentar e discutir essa readequação.”

Impactos e ações emergenciais


Depois da tragédia, a Fraport solicitou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um estudo para avaliar o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato do Salgado Filho. Embora a empresa negue, a agência reguladora confirmou a informação

A paralisação do aeroporto de Porto Alegre trouxe dificuldades logísticas significativas para o Rio Grande do Sul, afetando o transporte de pessoas e mercadorias. “O Salgado Filho está para o Rio Grande do Sul como Congonhas está para São Paulo”, disse Paulo Menzel, presidente da CâmaraLog. “É um aeroporto vital, que centraliza a malha aérea e distribui voos para outros locais”.

O Salgado Filho registrou 551,6 mil passageiros em abril. O aeroporto de Florianópolis, parte da malha aérea emergencial, teve 302,5 mil passageiros no mesmo período. A Fraport Brasil opera voos comerciais na base aérea de Canoas desde o dia 27 de maio, que pode ter sua capacidade dobrada para 70 frequências semanais a partir de 10 de junho.

Para Menzel, a tragédia deve servir para repensar a infraestrutura gaúcha. Ele defende a construção de um novo aeroporto no estado, mencionando um projeto em Vila Oliva, em Caxias do Sul. “Tenho resistido a falar em reconstrução do Rio Grande do Sul”, prosseguiu. “Isso me dá coceira. Temos de pensar em um novo Rio Grande do Sul. Reconstruir mais do mesmo é perder uma oportunidade histórica”.

Com aeroporto parado em Porto Alegre, operação segue em Canoas

Desde o dia 27 de maio, a Fraport tem operado voos comerciais na base aérea de Canoas, na Grande Porto Alegre, para aliviar o caos logístico. Canoas faz parte da malha aérea emergencial e, a partir de 10 de junho, poderá ter sua capacidade dobrada de 35 para 70 frequências semanais, o equivalente a dez voos diários.

Questionada pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo 2, a Fraport não detalhou quantos voos foram cancelados desde o início de maio, nem o número de passageiros afetados. Na sexta, a empresa disse ter conseguido acessar a pista do aeroporto, mas “muitas áreas” ainda estavam alagadas. “Nossa expectativa é que na próxima semana consigamos iniciar os testes técnicos e de solo para avaliar o impacto na pista”, declarou a companhia. A água já deixou a parte interna do terminal.

Via Revista Oeste

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