quinta-feira, setembro 19, 2024
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Aeronave da Voepass apresentou 6 falhas no sistema de degelo

Um relatório de Ação Corretiva Retardada (ACR) revelou que a aeronave da Voepass, que caiu em Valinhos (SP) na sexta-feira 9, teve o sistema de degelo inoperante em pelo menos seis ocasiões, durante três dias, em julho de 2023. A informação é do jornal O Globo.

Em uma dessas falhas, a companhia aérea não seguiu uma recomendação técnica para evitar o Sul ‘devido às condições climáticas adversas’.

Especialistas indicam que falhas no sistema de degelo do avião ATR-72 podem ter contribuído para o acidente, que provocou a morte de 62 pessoas. A Voepass afirmou que as falhas foram corrigidas ao serem identificadas, no ano passado. A empresa disse ainda que o sistema estava operante no dia do desastre.

Falha no sistema de degelo na Aeronave da Voepass

O sistema de degelo do ATR faz parte da lista MEL (sigla em inglês da Lista de Equipamentos Mínimos). Ela inclui instrumentos que podem estar inoperantes sem impedir a decolagem, desde que certas condições sejam seguidas. Esses itens estão dentro do relatório ACR.

Inspeções detectaram o problema em Ribeirão Preto (SP), Porto Alegre e Congonhas (SP). Em 13 de julho de 2023, em Ribeirão Preto, a recomendação foi para evitar o Sul do país devido a “restrições de gelo”.

No entanto, o avião voou para Porto Alegre, onde a manutenção confirmou que o sistema de degelo estava inoperante.

Outras falhas no avião

O ACR de Porto Alegre também indicou falhas no limpador de para-brisa e no sistema de alerta de aproximação. No dia seguinte, antes de voar para Congonhas, o relatório mencionou apenas “restrição de gelo” e apontou que os outros problemas já estavam resolvidos.

O avião da Voepass, prefixo PS-VPB, decolou de Cascavel (PR), com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, mas caiu em Vinhedo (SP), depois de uma hora e meia de voo | Foto: Reprodução/Twitter/X; aeronave
O avião da Voepass, prefixo PS-VPB, decolou de Cascavel (PR), com destino ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, mas caiu em Vinhedo (SP), depois de uma hora e meia de voo | Foto: Reprodução/Twitter/X

Em 14 de julho, em Congonhas, os mecânicos novamente anotaram “restrição de gelo — evitar de mandar região Sul”. Quatro dias depois, a aeronave estava com o sistema de degelo e o gerador elétrico inoperantes. O gerador alimenta vários sistemas do avião, incluindo a bomba hidráulica e a iluminação da cabine.

No final do mesmo dia, uma nova inspeção em Ribeirão Preto mostrou que, além do degelo e do gerador elétrico, o indicador de situação horizontal também estava inoperante. Este equipamento fornece a posição do avião em relação a pontos de navegação.

O que ocorreu no dia do acidente da aeronave da Voepass

No dia do acidente em Vinhedo, a aeronave enfrentou turbulência. Uma massa de ar polar e fumaça de queimadas da Amazônia, durante quase dez minutos antes de cair, agravou o problema, de acordo com o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas.

O avião atravessou nuvens supercongeladas de até -40°C, o que possivelmente causou a formação de gelo nas asas.

Declarações da companhia Voepass

Um comandante afirmou ao jornal O Globo que não há dados estatísticos sobre a frequência de problemas com sistemas de degelo.

A Voepass confirmou que “após identificação de falha no sistema em 18 de julho de 2023, o reparo no sistema de degelo da aeronave PS-VPB, ATR-72 ocorreu no mesmo dia”.

A empresa declarou que na última sexta-feira, o avião “estava aeronavegável e apto a realizar o voo, dentro da legislação”. Sobre o sistema de degelo, a empresa afirmou que o equipamento estava operante.

Via Revista Oeste

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