Além da preparação física e técnica, o acompanhamento psicológico tem se mostrado um elemento fundamental no desempenho dos jovens que representam o Piauí nas etapas nacionais dos jogos escolares. Por isso, a Secretaria dos Esportes do Estado Piauí (Secepi) tem proporcionado suporte psicológico para os atletas, durante as competições.
De acordo com o professor Reginaldo Fonseca, coordenador geral dos jogos escolares no estado, o objetivo é preparar os atletas para enfrentarem os desafios emocionais que surgem em competições de alto nível, como o controle da ansiedade, o foco e a resiliência diante das adversidades. “Muitos desses jovens têm um potencial enorme, mas precisam de apoio para acreditar em si mesmos e lidar com a pressão de representar o estado em competições nacionais”, disse.
O psicólogo esportivo Rodrigo Damasceno, que integra a delegação piauiense nos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) e atua diretamente com crianças, adolescentes e jovens adultos, ressalta como fundamental a preparação mental dos atletas, principalmente por serem crianças e adolescentes passando por processos de mudanças de idade, de processos de ciclo hormonais que mexem bastante com as emoções.
“No nosso trabalho, buscamos identificar, tanto na perspectiva individual como coletiva, quais as principais variáveis emocionais interferem de forma positiva ou negativa no desempenho dos atletas. Assim como a perspectiva de ir adiante numa rotina de treinamento, buscando ter organização de horários e lidar com situações de escolhas, treinamento e viagens para competições”, explica o psicólogo.
Para a judoca multicampeã Jeissiara Vidal, de 15 anos, o acompanhamento psicológico é essencial em sua trajetória. “O acompanhamento psicológico é uma das ferramentas necessárias, pois ajuda tanto na área profissional quanto na área pessoal. O meu psicólogo Rodrigo Damasceno é quem cuida de toda preparação mental para que eu possa ir tranquila para os campeonatos, me deixando sempre ciente do que sou capaz”, frisa.
Além do trabalho com os atletas de esportes convencionais, a Secepi também tem dedicado atenção especial ao paradesporto. A psicóloga Keyla Santana, que acompanha os atletas do esporte adaptado, destaca a importância de um olhar sensível e inclusivo. “Os atletas do paradesporto enfrentam desafios que vão além da competição. Trabalhamos para fortalecer a autoestima, superar barreiras emocionais e promover a inclusão, mostrando que o esporte é para todos. É gratificante ver o quanto eles evoluem não só como atletas, mas também como pessoas”, reforçou.
Quem dá um exemplo recente do diferencial do acompanhamento psicológico, é o coordenador piauiense das paralimpíadas escolares, João Neto. “Nosso atleta medalhista João Pedro, não conseguiu uma boa participação na sua primeira prova nas Paralimpíadas passada, depois de conversar e receber orientações da psicóloga Keyla Santana, voltou à pista e conquistou a medalha de bronze!”, comemora o coordenador.
A secretária dos esportes do Piauí, Josiene Campelo, reforça a importância do desenvolvimento integral dos atletas. “Sabemos que o sucesso nos esportes não depende apenas do físico, mas também da mente. Esse suporte é um diferencial que tem contribuído para o desempenho dos atletas e para a formação de cidadãos mais resilientes e determinados”, finaliza.